sábado, 15 de março de 2008

JamPa


=)

Amanhã viajo pr'a João Pessoa e passarei alguns dias sem postar nada aqui.

Espero que ao voltar eu tenha muito a escrever.

Deixo uma foto do que me espera...


sexta-feira, 14 de março de 2008

"Qualquer coisa que se sinta.."

Sentimentos, eu os tenho ou eles me têm?
Cada pessoa tem uma sensibilidade diferente quando se trata de receber e transparecer emoções...
Quanto à mim, sinto (na maioria das vezes) , que elas me tocam ao máximo e que, uma vez absorvidas, se guardam dentro de mim em algum lugar trancado que confesso frequentemente ter dificuldades de abrir...
Como um simples gesto pode mudar uma vida, um pedido que se fique, um abraço para que se faça parecer importante...E como, como dificultamos tudo que há de mais simples - mostrar-se!
Começo a acreditar que não há um ser verdadeiro, não há dignidade, nem caráter ruim - há o que se quer que exista!

terça-feira, 11 de março de 2008

Quando eu te conheci, meu amigo,
eras tão belo.
Tinha um mistério que seduzia.
Foi ele que me fez querer aproximar,
teu sorriso, o jeito que, ainda que humilde
(e até mesmo por ser humilde) dava a
idéia de que tanto sabias...

O tempo não nos tornou tão próximos quanto poderia,
mas me fez criar por ti um carinho todo especial.
A admiração que se tem por aqueles que compreendem.
Passou de belo a perfeito.
Me fez pensar em mil coisas que nem sei se deveria,
mas te perdi no caminho...

Se te encontro hoje, falas como a uma desconhecida.
E isso, meu amigo, dói!
Sei bem o que te prende, o que te impede de seguir a vida...
Mas quando aceitas isso, meu amigo, como dói!
Teu sorriso nunca mais vi;
Tua previsibilidade me enoja!
Amado amigo, onde estás se anda assim, tão longe de ti?

*Sem estética, mas cheio de sentimentos...

domingo, 9 de março de 2008

Depressão velha de ano novo

Tudo era trágico naquele quarto e cada objeto a fazia pensar em suicídio ...
Aquele tédio que aparecia de repente a fazia enxergar como as coisas iam mal...
Sentiu uma vontade quase incontrolável de chorar e seus olhos, pintados de preto, temiam se desmanchar em água e sal...
Talvez fosse a garrafa de vinho, o ano ou a fita cor de rosa jogada no chão...A porta do guarda-roupa "estratégicamente" aberta, ou quem sabe, fosse uma vida inteira!
Só tinha certeza de que não era feliz. Mas quem seria?Essa tal de felicidade existe?Existia?
Desistiu de escrever bobagens. Lembrou de datas passadas em que as escritas se perderam...
Percebeu pela música da vizinhança que a estrutura seria sempre a mesma (mesmo que mudasse)...Já não mais chorava...
Lamentou, viu o remédio em cima da mesinha, pensou em morte mais uma vez. O telefone não tocou ...
Tomou seu último gole de vinho. Era só mais um ano, ela sobreviveria...

sábado, 8 de março de 2008

Dia Irracional da Mulher

Vim aqui fazer pose de chata...

Hum, 08 de março, dia internacional da mulher. O que eu consegui com isso?

Bom, todos os clientes homens que atendi hoje no correio foram muito simpáticos e me deram os parabéns, ganhei uma camiseta da hemomar “Doadora de sangue, semeadora de vidas”. É isso, todo mundo (menos meu pai) ficou muito doce e prestativo. E eu? Odeio isso!

Sou totalmente a favor de gente mais educada, de ser parabenizada pelos meus esforços diários. Mas tenho um enorme repúdio às datas comemorativas (pelo menos à maoria).

Hoje, por exemplo, está tudo impecável ... e amanhã? Vai voltar tudo ao normal, a mesma grosseria de sempre, as mesmas caras feias...

Os “dias especiais” afastam o ser humano do ser humano. Se a mulher lutou tanto pela “igualdade”, por qual motivo não tem o dia internacional do homem? Eles fazem muito menos que elas? Não, uns fazem o mesmo ou muito mais! Será que é tão difícil reconher uma pessoa simplesmente como uma criatura que, independente de sexo, cor ou qualquer coisa que limite tanto , tem seus esforços e, consequentemente , conquistas próprios? Tou individualizando sim!Cada um chega aonde se faz capaz de chegar (ainda acredito na justiça, a cega sou eu, ou ela?).

O que eu queria mesmo era o DIA INTERUNIVERSAL DO SER HUMANO.Seria um dia em que as pessoas egoístas iam esquecer de si. Um dia de doação. Um dia que deveria ser todos os dias (uma estrelinha pr'a quem ainda souber o que é ser gente!).Mas quem sabe eu até comemore a páscoa...

A FLOR E A NÁUSEA


Preso à minha clase e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.]
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.

Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.

Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita, nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.


Carlos Drummond de Andrade
(A rosa do povo / 1945)


Um resumo de tudo que já escrevi até agora..quanto a foto, eu a tirei. É feia, mas é uma ...

sexta-feira, 7 de março de 2008

Quero falar de amizade!
Não sei nem explicar o que é! Não é um sentimento, nem uma entidade...uma aliança? Talvez...Não, é mais , muito mais!
De tudo que lembro, de cada detalhe, os momentos mais marcantes e mais fortes na memória foram os que passei ao lado desses seres maravilhosos a quem chamo de amigos.
Ah, como ter em quem confiar te deixa forte e seguro de si!
Acredito que ao longo da vida vamos selecionando e colecionando (intecionalmente ou não) pessoas que têm algo a acrescentar. Sim, sei que parece egoísta, e é! Mas quando o acréssimo é de sabedoria, carinho e determinação, dá-se um crédito ao maior interessado.
Hum, se bem que, olhando por outro lado, tenho amigos que até hoje não sei o que me trouxeram ... Mentira! =D
Não vou correr o risco de esquecer ninguém, nem falar mais de um e menos de outro, então, melhor esquecer essa história de citar nomes!
Não conheci até hoje uma dor mais forte que a da traição de um amigo, mas sei, que se um me quebrar a cara, haverá outro pra fazer o curativo. É essa a única paixão que posso chamar de imortal, se não agora, nas lembranças.
Ah, o homem! Esse ser que se submete às mais terríveis explorações e humilhações. Mas porquê? Para quÊ? Esperança!
Quando se fala que é esta a última a morrer não se está de todo errado...
Se sofremos na mão de alguém que amamos, há sempre a fé de que esta pessoa conhecerá também esse sentimento e mudará..
Se recebemos pouco no trabalho, acreditamos que é questão passageira e que nosso esforço será reconhecido...
Quando morre um amigo ou um ente querido, nós preferimos acreditar em um Deus, em um lugar em que haverá o reencontro...
Precisamos de um porto, algo que nos dê segurança e faça pensar que vale continuar...
Essa tal de coragem, de força e perseverança? que nada, a resposta de tudo está no quanto se acredita naquilo!
Foi assim que se formaram os grandes homens e os pequenos (ao seu modo)...
Confesso que me causa um certo asco esse negócio de a humanidade depender de algo tão abstrato e, muitas vezes, mesquinho...Mas, não posso negar que é esse mesmo motivo que me faz escrever...esperança de fazer algo que, mesmo que só eu ache, seja ideal!

quarta-feira, 5 de março de 2008

Sacrifício

É preciso que doa pr'a ser poesia.
É preciso sangue para um melhor vermelho (...)
Lágrimas para esquecer os podres
e lixo para escondê-los!

É preciso acabar com o mal,
exterminar tudo do animal,
derramar o sangue do poeta
e, manchando o chão de azul,
fingir lágrimas (também azuis) de lixo.
É preciso, é preciso!

E é por isso (...)
que hoje são raros os poetas,
que o vermelho está vulgar
e que as lágrimas já secas
teimam em não mais brotar.

A nossa poesia, amigos, será possível?
Virou o lixo!
Mas eu insisto, é preciso!

segunda-feira, 3 de março de 2008

Hoje, senhores, eu vi a morte!
Ao despertar de um leve e agoniado sono e abrir os olhos eu a vi flutuando sobre o meu corpo...
Ela não é bela como tantos falam, nem feia. Satisfaz-se por ser morte, simplesmente!
Senti minhas forças se afastarem do corpo e minha vista tornou-se pesada e escura. Mas havia algo naquele rabisco de alguma coisa que me trazia uma paz que chegava a quase anular essa dor de não ser vida...
O meu passado não me veio como um flash e muito menos pensei nas coisas que eu ainda pretendo fazer. O que me torturou foi o presente, foi ver como tudo se passa, foi me identificar tanto com a minha nova amiga - tão cínica e fria!
E já atrasada para continuar a viver, eu disse que fosse...Que hoje, senhores, eu amanhã ainda chamarei de ontem! Ela compreendeu e sorriu...

sábado, 1 de março de 2008

A poesia, amigos, nunca é feia!
Pode-se até ter uma poesia pobre e vazia, depende de quem a lê ...
Quando se trata de falar de amores, martírios, perdas, desilusões e dores,
a própria feiúra conserva a estética!
As palavras são traiçoeiras e aquele que não as domina, as alimenta, pois
é ele a piada de todos os versos e só no silêncio, sentirá o peso da não-interpretação!
É preciso cabeça e mãos treinadas para compreendê-las e saber usá-las.É preciso não precisá-las!
Não amar as letras é como olhar a arte sem vê-la. Como ver a seca do sertão e só avistar miséria, não reparar na beleza da terra rachada e no retorcer gritante e delineado dos galhos...É não enxegar que o sol não só seca, mas ilumina!
A poesia é tudo, menos feia! No máximo, mal amada!


(Uma defesa para minhas poesias rejeitadas!)