domingo, 30 de agosto de 2009

Agosto

Nome melhor não teria
Ele fica bem no meio
Controlando o tempero
Entre a dor e a alegria
Que se tem no ano inteiro

Foi nesse mesmo agosto
Que há vinte anos nasci
e nele que há quarenta
minha querida mãe surgia.]

Disse meu avô bem no dia
- outra do mês de agosto,
Dia primeiro, que desgosto!
Desgosto de neta, desgosto de filha...

Com tanta praga que deram
Não foi fácil resistir
Mas se hoje aqui estou
É que um dia aprendi
que alguém tem que juntar os cacos
Do agosto que passou

Sei de todos os segredos
Desse mês e da sua sina
Se ele começa tão doce
Trazendo a alegria de novos anos
No fim me amarga os sentidos
Me lembrando que toda vez
Que uma vida começa
é outra vida que termina!




(Aniversário de 40 anos de minha mãe.Saudades sempre, por cada segundo...)

Universidade, um lugar para se fazer mais

Em meados das eleições de 2006 o presidente Lula veio à Imperatriz e inaugurou pedra fundamental dos cursos de Enfermagem, Engenharia de Alimentos e Comunicação Social. Três cursos de extrema importância para nossa região, fato. Mais verdadeira ainda só a decadência do Campus para recebê-los.
Alunos novos e empolgados ocuparam as poucas salas oferecidas pela universidade na época. Não demorou muito para as brechas aparecerem – instalações decadentes, sanitários e bebedouros insuficientes, processos de remoção e redistribuição irreponsavéis de professores, inexistência de laboratórios, enfim, uma infinidade de mazelas que nos perseguiriam e que ainda nos faz doer os calcanhares.
Não tinha como ficar parado! Os futuros enfermeiros foram corajosos, bateram o pé no chão – PARALISAÇÃO! Pediram apoio de Comunicação e de Engenharia e o que antes era uma paralisação virou greve. Fomos à mídia, fomos à direção – QUEREMOS A REITORIA AQUI! E ela veio...demorou, mas veio e assinou um termo de compromissos com prazos e ameaças de uma nova greve caso estes não fossem cumpridos.
Como resultado, observamos reformas, construções de novas salas de aula (adaptadas ao REUNI, infelizmente!), materiais para laboratórios (e lugares para colocar os materiais), concursos para novos professores, impedimento nos processos de “sumiço” do corpo docente. Enfim, uma parcela de fatores que foram acelerados graças à greve de 2007.
Afirmar que tudo o que havia no contrato foi cumprido e que o que se cumpriu aconteceu no tempo estabelecido é hipocrisia mas é inegável como o movimento ajudou no crescimento do Campus. Nesse aniversário de dois anos de todo esse processo de luta e sacrifícios é justo sim que nos alegremos pelas conquistas feitas tanto para nós como alunos quanto para nós como pessoas, pois incontavéis foram os laços de amizade que ali se formaram. Mas ainda há muito para ser feito, ainda há muito muro a ser derrubado e outros muitos a serem construídos e a universidade é o espaço ideal para se fazer a diferença!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A saga do banheiro

Ontem, apertadíssima, fui ao banheiro do "prédio novo" da UFMA (campus de Imperatriz).
O prédio, última construção feita no campus, deveria estar lindo e maravilhoso mas o que vi ali foi mais uma prova do descaso e da falta de responsabilidade na aplicação do dinheiro público.
Ao entrar no banheiro "novo" me deparo com uma porta já quebrada (na verdade a parede na qual deveria estar a porta). Imaginei quem foi a criatura desesperada que teria feito tal brutalidade, algo me diz que tem a ver com a mão de obra e materiais utilizados (ou então, escondam-se quando esta criatura estiver apertada!)


Segui adiante, atrás de outro sanitário, surpresa:

-Tudo bem, acontece nas piores universidades públicas, pensei! Vou no outro...


-OoOPS, trinco quebrado, não seria muito agradável um anônimo me ver fazendo meu xixizinho!=D

ÚLTIMO BANHEIRO, ÚLTIMA ESPERANÇA...APEEEEERTO!

-Ei, não tá quebrado e tem até papel...Ei, cadê o cesto de lixo? Oo
Dá pra entender a porqueira do chão agora...



Sinceramente, fui ao banheiro dos professores (que a porta também não fecha mas fica em um lugar mais discreto e é mais limpinho)...
Ainda bem que no prédio novo não tem bebedouro! Sabe como é - Encheu, tem que esvaziar!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

"Industrialização repentina"

Hoje, assistindo pela terceira vez o documetário "A história das coisas" de Annie Leonard, estive refletindo sobre a atual situação de exploração do e no nosso Estado.
Lembrei-me de uma peça publicitária que tem rodado na TV aberta local que divulga os "grandes feitos" do governo no âmbito regional. Entre eles, a implantação da Hidrelétrica de Estreito, da fábica de celulose Suzano, da Vale, enfim, de um leque de indústrias que têm "aparecido" no nosso Estado sugando o que ainda nos resta de recursos naturais.
Famílias já foram expulsas de suas casas, as nossa universidades não formam profissionais nessas áreas para que possamos trabalhar e nos sustentar (pelo menos) com elas, temos nosso ar poluído com a fumaça das carvoarias de Açailância e nosso plantio é tomado pela imensa plantação de Eucalipto, nossas cidades serão esquecidas nos fundos do Rio Tocantins e junto com elas irão histórias de uma cultura que persistiu por tanto tempo.
Estamos perdendo nossa identidade e pelo andar da carroagem, nossa vontade de lutar! E depois dizem que o MST anda invadindo fazendas, ora, vai lá se saber o que se chama de INVASÃO! O povo tem o preço que sua preguiça paga!

Para quem se interessar: http://sununga.com.br/HDC/index.php?topico=display

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Feridas

Há castigos que nunca acabam. Pessoas que parecem estar eternamente destinadas a ferir e cicatrizar ou mesmo ferir sem cicatrizar.
O mundo é composto por isso, um aglomerado de carne, ossos e cérebros ambulantes que passam dia e noite maquinando o mal. Há os que disfarçam, os que se moldam a toda uma sociedade de tal forma que passam loucos pela vida sem serem percebidos, sem que seu veneno seja detectado. Mas outros não, esses nem querem e nem podem ser ignorados. Sua loucura pede mais. A única certeza que se tem é que nenhum deles, nenhum é normal!
Se você parar em uma terça-feira vazia pra pensar na vida, talvez chegue à mesma conclusão ou talvez pense que de louca aqui só eu! Quantas horas já passei crussificando pessoas em minha mente, pensando em como os governos podem deixar as coisas desandarem assim, tanta gente passando fome, frio, dor, morrendo nas filas dos hospitais e eles roubando a porra do meu dinheiro para acumular em suas contas das quais eles jamais usufruirão. Quantas noites já deixei de comer ou de dormir em minha cama quente por isso? Adiantaria?
Mas que direito tenho eu em questionar seus valores? Eu, tão cheia de valor e de veneno!
O que acontece mesmo é que esse animal que a gente tenta deixar para trás todos os dias quando acorda e que dorme pedindo para Ave Maria que se contenha amanhã, esse animal que sou, que precisa como qualquer outro animal de comida, água, sexo e violência, está escondido dentro de todos nós e em qualquer abertura ele foge.
É assombroso admitir, chega a ser pecado, mas meu lado animal hoje está me destruindo, está rasgando minha pele e quase sobressaindo-se à máscara. Acontece às vezes essa sede de vingança por todas as vezes em que os outros animais rasgaram-me a carne e a cara e eu tive que continuar assim, humana e ferida.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

ENECOM 2009


De 24 a 31 de julho, uma média de 500 estudantes de Comunicação Social de todo o Brasil se reuniram em Fortaleza (CE) no XXX Encontro Nacional de Estudantes de Comunicação.
O ENECOM trouxe como tema "Sociedade em (Des)construção - faça da sua indignação a sua comunicação" e trabalhou com painéis como *Comunicação e Consumo, *Cultura, *Comunicação e Contra-hegemonia, *Valores e *Educação.
Contando também com mini-cursos e ato público, o encontro permitiu com que os estudantes mostrassem uma forte veia política e debatessem temas como opressão à mulher e ao homossexual, universidades públicas e particulares, Conferência Nacional de Comunicação, fechamento de rádios comunitárias (autoritarismo da ANATEL), mídia de consumo, entre outros.
O encontro conseguiu alcançar seu objetivo, desconstruiu valores e levou os futuros comunicadores a reflexões acerca da mídia que lhes serve e a qual eles servirão, do sucateamento do patrimônio público e de outras idéias impostas por um governo e mídia extremamente capitalistas, que pregam as diferenças mas impõem um modelo único de sociedade.