terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sufoco em ti

Foto:http://www.rodagigante.blogger.com.br/


É noite!
Mergulho em teu peito e me embriago do teu cheiro.
Tuas mãos em meus cabelos parecem ouvir a prece abafada por tua pele, de me eternizar assim - respirando o ar dos teus pulmões.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

...Se paro, já estou morta!

Semana cheia 2:





Se corro muito, morro logo...

Semana cheia:


Fora Roseana Sarney!

Ato público em defesa da democracia!

Dia 30 de setembro, às 16h00. Saída da Praça de Fátima.





Sob o domínio dos Sarney, o Maranhão é igual o da época do padre Antônio Vieira. É o Estado do M de mentir: mentir com palavras, com obras, com pensamentos.

Cinco décadas dos Sarney no poder e o Estado exibe 21,5% de analfabetos, 87% de casas sem acesso a rede de saneamento e 65% de pessoas dependentes de ajuda governamental para sobreviver. A primeira estação de tratamento de esgoto só foi inaugurada em 2001! Oito dos vinte municípios brasileiros com pior colocação no ranking nacional do Índice de Desenvolvimento Humano estão no Maranhão. O mais pobre deles, Centro do Guilherme, se fosse um país, estaria posicionado internacionalmente entre o Quênia e o Haiti.

A luta contra a oligarquia Sarney é a luta dos povos por seus direitos e territórios! Do estudante, do professor, da quebradeira de coco, do quilombola, do trabalhador rural que sofre com o trabalho escravo, do indígena, do pequeno produtor sem terra. É a luta dos trabalhadores do campo e da cidade!

Imperatriz, essa luta também é tua!

Fonte: Carlos Leen
Revisão e edição: Juliana Carvalho

Foto: Celso Brandão


domingo, 26 de setembro de 2010

Recortes



A carne vibra, estremece além das aparências
Pupilas dilatadas e o pesar da cabeça distraem, mas disfarço
A novidade é atraente, a mente cansada.

Olho, avalio, a memória é traída pelas direções escolhidas
E o que importam minhas escolhas em meio a isso tudo?
O que importo eu? O que importa, eu?


As paredes disputam atenção com as janelas
Tangíveis, suas histórias quase tomam vida, saltam do concreto
No fim, derreto, tudo teatro. Utopia.


Foto: Cláudio Marconcine
1ª Aula de Teatro de Rua (25-09)

O abraço certo


Sábio é quem disse que o difícil é sair da universidade!

Acordei cedo, ansiosa. Aguardava Paulo trazer a máquina da UFMA para tirar fotos de uma das pautas do jornal Arrocha.

Meu destino? "A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias".

Lá fui eu, a pé. Aliviada (Paulo veio...).

Foi uma caminhada só. O sol? Uma benção!

Cheguei 5 minutos atrasada e o pessoal já cogitava um esquecimento provocado pela bebedeira do dia anterior. Engano!

Fomos recebidos por um bispo muito simpático, ainda jovem e de traços conhecidos. Logo descobri que é irmão de um amigo, o Mário.

E foi ele quem apareceu. Mário como sempre simpático nos recebeu muito bem e nos conduziu pelos organizados corredores do templo.

Fotos tiradas. Satisfação profissional? Talvez.

Mas voltei feliz, completa. Apesar do sol de meio dia e do pesado material que trazia na bolsa. Culpa de Mário! Vim pensando em nossa amizade desde o início do curso. Sempre muito atento. Sempre presente. Lembrei momentos em que ele esteve ao meu lado, do seu jeito sempre calmo e seus abraços acolhedores. Ele não é daqueles que sai abraçando a todos e nem a toda hora, é um rapaz reservado, centrado. Abraça-me então nas horas certas, as que mais preciso. Mário é desses que tem o dom de com um abraço e palavras carinhosas nos salvar de um barco em meio à tempestade.

Digo sincera que não recordo nesses três anos um só dia em que Mário olhasse com cara ruim, em que gritasse, em que tratasse alguém mal. É, sair da universidade, definitivamente, é complicado, trabalhoso, às vezes, doloroso. Seja pelo tempo e energia que nos suga, seja pelos amigos que deixamos temerosos por caminhos que não mais se cruzem.

Pensei contente com a paz que só este meu amigo tão especial traz e, para não deixar de ser humana, com uma ponta de inveja desta calma, que o mundo seria tão melhor não se todos fossem como o Mário, mas se todos tivessem alguém como ele em sua vida – Um anjo!





-Aniversário da Giza -
Leide, Mardomi, Jozeza,
Marília, Giza, Thays, Rodrigo, Mário,
Nayane e eu!


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Seca


Humildade, qualidade que me falta. De herança.
Por esses dias me encontro ridícula em contextos mil.
Um atraso de vida! Sem exageros, rasa.
Desestimulada a fazer algo por notar o quão pouco foi feito.
Uma estudante medíocre, filha medíocre, namorada medíocre,
amiga, irmã, cidadã...Uma infinidade de mediocridades.
Hoje, encontro-me assim - escritora medíocre.
Tanto para falar e a voz, o lápis, o teclado, tudo cala.

"Existe sempre alguma coisa ausente que me atormenta."
Camille Claudel


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Imperatriz não é quintal dos Sarneys!


Haverá nesta sexta, 24, Ato Público organizado pelo movimento Fora Roseana Sarney. A concentração será às 16h00 na Praça de Fátima. O movimento, que teve início na internet, luta contra a oligarquia Sarney, há mais de quarenta anos no Maranhão - uma das principais causas do Estado estar entre os três mais pobres do país.
A proposta maior é incentivar os eleitores a votar em qualquer candidato que não a PMDBista. Campanha semelhante, batizada por NÊLA NÂO já foi realizada nas eleições passadas, resultando na eleição do ex-governador Jackson Lago.

Como o próprio panfleto diz: Ato público em defesa da democracia!

PS – Os acentos ^ foram colocados propositalmente lembrando o bigode do Presidente do Senado, José Sarney – Aquele que pensa que é O dono do Maranhão

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Conhecimento Virtual

"Virtual é tudo aquilo que pode vir a ser real." Pierre Lévy


As vozes soavam longe, os tons baixos eram fruto de meu sono pesado e insistente.
Logo reconheci Adriano, meu irmão de dez anos e Flávia, a empregada, conversando sobre internet.
F-Não sei como tu aguenta passar o dia nesse computador, não sei mexer nisso não.
A-Pois é facinho. Tu devia comprar um computador pra ti. Tem tudo na internet!
Nesse momento Adriano começou a explicar mil coisas em linguagem desconhecida pela mulher a quem se dirigia. Falava de jogos, e-mail, sites de relacionamento. Ela, por muito tempo, permaneceu calada. Talvez atenta, talvez ignorasse a empolgação da criança.
A fala que Flávia pronunciu em seguida tirou minha dúvida:
F-Adriano, tu sabe aquela personagem da novela das oito que tá doente? Pois é, ela tá doente de verdade óh...
Adriano ignorou o comentário desesperado de quem queria dialogar mas não cabia no assunto: Pois é, compra um computador e o serviço da internet pra tu ver como é bom!
F-Mas tem que pagar internet todo mês né?
A-É, e daí?
Ela disfarçou, pegou o material de limpeza e dirigiu-se a meu quarto onde eu já levantava. Ainda ouvi seu sussurro: - Só se for em 2013!

*Flávia é negra, pobre e não tem acesso a internet (mas não perde uma novela das 8h00).
*Adriano é branco, estuda nas melhores escolas e sempre teve internet em casa (mas nunca vi ele a usando para outra coisa senão jogos e filmes violentos).

*O que é mais importante para bater o bolo: A massa ou a batedeira?

Bendita inclusão digital!

domingo, 19 de setembro de 2010

No tom

Nesse domingo improdutivo, quase mórbido
meus pensamentos se traem em comparações desconexas
no absurdo imaginário que me permite ouvir Lobão
sonhando com Cartola a dedilhar o violão de madeira
("Ah essas cordas de aço, este minúsculo braço do violão os dedos meus acariciam...")

Lembro-te sempre assim, como a música
Que enquanto ilude a abraçar-me e beijar-me a face
Não permite nem ao menos que eu, fanática e apaixonada, a toque
São carícias fingidas que só conhece quem bem ouve e nada canta.
("Ah, este bojo perfeito que trago junto ao meu peito. Só você violão compreende porque perdi toda alegria...")

A melodia é então platônica. Por mais que perto, distante
Ainda assim, compreende-me, passeia-me, como o nosso amor
Com o tempo vi que há mais que letra, som ou qualquer outra coisa
Há na música alma. Ela transpira, vadia, nossos sentimentos
("E no entanto meu Pinho, pode crer, eu adivinho, aquela mulher até hoje está nos esperando...")

Me esforço por compreendê-la, é preciso boa voz e bons ouvidos
Um sem o outro é vazio, é qualquer som que não encanta, que não preenche]
Dedilha-me como a teu violão para que nosso amor não desafine nem envelheça]
Cante nossos beijos o melhor que puderes que o ouvirei atenta
Até que sejamos um só suor, uma só história, um só ritmo.
("Solte o teu tom da madeira, eu, você e a companheira. A madrugada iremos pra casa, cantando.")

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

CaÔ-MA

Previsão de temperatura máxima para Imperatriz neste sábado? 43º segundo o http://www.climatempo.com.br . Já cozinhei umas cinco vezes só de imaginar a tortura que será mais um dia com muito sol e pouca água. Sim, Infernatriz, como muitos nomeiam.
Segundo a CAEMA (Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão), em entrevista à Mirante, a falta de água em Imperatriz só durará até novembro.
Divertido como essas pessoas nos arrancam sorrisos. Novembro? Deixa eu adivinhar, a CAEMA finalmente vai prestar um serviço decente? Ah não. É quando o Rio Tocantins voltará a encher...
Fico abestalhada em ver como permitimos com que certas coisas aconteçam, com que determinadas empresas e pessoas ajam com tanto descaso em relação a questões importantes como a distribuição de água. Moro em Imperatriz há 21 anos e sempre foi assim nessa época do ano, a mesma falta de água. Depois é a vez do papelão da prefeitura que nos atolará com a lama resultada da muita chuva e do nenhum saneamento básico.
A CAEMA é só mais uma piada do nosso Estado, que no meio de tantas riquezas, me fere com sua insistência por uma baixa qualidade de vida. Realmente me enojam os Sarneys com sua oligarquia fudida, mas quase sempre meu asco é maior por essas sardas (e sarnas) que estampam a pele do Maranhão, esses pequenos seres calados, conformados, que nunca desaguam.

Em breve denunciarei mais uma falta gravíssima da "nossa" Companhia - A cobrança da taxa de esgoto como obrigatória.


*Como coloquei a um colega - Abençoado é o "Arrocha" (Jornal do Curso de Com. da UFMA/Imperatriz), que traz em sua primeira edição o tema "Águas". Se nossas fotos e matérias não matam a sede d'água, que transbordem conhecimento e indignação.

Jornalismo anti-ético 2. "É ruim pra quê?"

Acredito que a reivindicação maior deve ser por um jornalismo compromissado. Essa sim deve ser nossa luta, e ela é árdua. Não sejamos sonhadores, a Rede Globo não foi fundada ontem e menos ainda está sendo guiada por pessoas burras ou pouco espertas.
Me indigna que esse caso, e somente este, tenha mobilizado a sociedade imperatrizense e ferido seu ego. Que fique claro que sou de Imperatriz, nascida aqui, e que tenho muito carinho pelo meu berço.

Se nós, como jornalistas, vamos construir o pensamento das pessoas ou ajudar em seu
direcionamento, que seja de forma decente, compromissada. Jornalística.

De nada adianta sermos contra essa reportagem se concordamos ou calamos diante de uma mídia (não só da Rede Globo):


*Antidemocrática;
*Que desrespeita a diversidade;
*Que ignora a formação acadêmica e a regulamentação da profissão;
*Que impõe e condena, transformando grande parcela da sociedade em
fantoches.



Respeitemos nossa profissão!


Esse texto foi escrito por mim no Fórum do Laboratório de Telejornalismo da UFMA/Imperatriz.
Quem quiser acompanhar o debate dos estudantes e contribuir com sua opinião, procure nos grupos do google - http://groups.google.com.br/group/telejornalismo-ufma?hl=pt-BR

Jornalismo anti-ético. "É ruim pra quê?"

Jornalistas, antes de tudo, têm de ter exatamente a postura que, claramente, a equipe responsável pela matéria “É bom pra quê?”, transmitida no último domingo,12, no Fantástico, não teve – a de averiguar e avaliar várias vozes. Refletindo sobre as questões levantadas nos últimos dias, me sinto à vontade para tomar um posicionamento como futura jornalista:

"Imperatriz é a segunda maior cidade do Maranhão. Cerca de 236 mil pessoas vivem nela, e mais da metade é pobre. E 26% são analfabetas. A cidade tem um único hospital público grande e 34 postos de saúde..."


1- O IBGE (de onde saíram os dados estes dados acima) é a fonte a que se deve recorrer normalmente, mas acredito ser de fundamental importância que a Rede Globo tivesse esclarecido a data deles, que está ultrapassada. E, sendo bem sincera, muito me surpreende esse alarde pois bem sabemos do nosso alto índice de analfabetismo, bem como do descaso com a nossa saúde, principalmente por Imperatriz atender a pacientes de toda a região. Acredito ser hipocrisia se contentar com tão pouco.
Quanto ao analfabetismo, sei sim que somos pólo “universitário” ou, no caso, de ensino superior. Mas quantos de nós temos real condição de ingressar nessa etapa? Estou sendo objetiva, estão aí nas entrelinhas várias outras questões como qualidade de ensino, valorização do professor etc.


2- A proposta de todo esse quadro é denegrir a fitoterapia, isto é claro. Sabemos bem de todo o contexto histórico da Rede Globo, sempre com seus acordos com as indústrias terceirizadas. Não seria diferente neste caso. Deixo claro que é importante sim e que jamais defendo a postura do professor Antônio Frasão em receitar um remédio sem responder como médico. É simples, ficaram sabendo do professor por ele já estar sendo reconhecido internacionalmente, com premiações e tudo. Um reconhecimento ameaçador a certos segmentos. Convenhamos que, em se tratando de eventos científicos, normalmente conhecidos pela sua seriedade e compromisso com a qualidade de vida, não iam sair por aí distribuindo prêmio pra uma criatura de Imperatriz. Não, não estou me desfazendo da cidade...


3-Sim, temos nada menos que a obrigação de mostrar situações como essa. Primeiro por nosso compromisso com a sociedade. Há ainda outros pontos positivos, é necessário denunciar nossas mazelas como um meio de pressionar o governo a tomar um posicionamento e, de preferência, atitudes. Dizer que está tudo maravilhoso seria ridículo e tiraria uma das principais características do jornalismo – a do denuncismo.

(...)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Lidas 134 páginas. Um livro interessante e atual apesar de sua tendência (eufemismo) para a Rede Globo (Inevitável, afinal Vera é de lá). Essa disciplina Laboratório de Telejornalismo caiu muito bem para o momento que vive Imperatriz.
Neste último domingo, 12, o Fantástico (mundo de Bob) transmitiu uma reportagem no quadro "É bom pra quê?" falando sobre uma pomada à base de graviola desenvolvida pelo químico e professor Antônio Augusto Brandão Frazão (de Imperatriz) com várias acusações.
Frazão, conhecido internacionalmente pela sua pesquisa, que aponta a graviola como aceleradora na cicatrização e inibidora das células cancerígenas, recebeu a atenção do programa de entretenimento por testar de forma "indevida" o produto e receitar o produto sem ser médico...
Muitos conterrâneos, indignados (não sei se pela moral destruída do químico ou se pelo ego ferido nos dados mostrados pela reportagem...), realizaram nesta quarta, 15, ato público. A manifestação seguiu da Praça de Fátima à TV Mirante, retransmissora local da Globo.
Eu? Estava lá puxando gritos de guerra. Sinto que nesse fim de Curso devo deixar alguns pelo Movimento Estudantil. (Realmente vejo isso como uma atitude muito mais egoísta que coletiva.)

*Em breve deixo minha opinião sobre a postura do Fantástico e do Doutor Drauzio Varella, o médico que acusou o químico de não ser médico fazendo uma reportagem (muito antiética, jornalísticamente falando) sem ser jornalista.

Quinta

As quintas têm sido cansativas. Nem por isso tenho cumprido minhas tarefas, nem com toda essa correria. Muito posso atribuir às noites mal dormidas como a de ontem em que, nem a dor no corpo e cabeça, os olhos pesados e a gripe me deixaram descansar.
Às 4h00 horas acordo assombrada. Três horas! Tudo o que dormi...e mal. Um zoológico de moscas zuadentas, cachorros do vizinho e gatos no telhado se unem ao calor quase insuportável, aos mistérios noturnos que sempre me tiraram o sono e a essa lua clara que, mesmo não sendo vista da varanda, deixa o céu claro como no Dia Branco de Alceu.




Vou ler "O texto na TV", da Vera íris Paternostro...