sábado, 10 de maio de 2008

OcupArte

A quem interessar...
Quinta-feira, 9 de maio de 2008, aconteceu em frente à antiga Biblioteca Municipal de Imperatriz (aos mais novos, é aquele "monumento" que se localiza defronte ao colégio Dorgival Pinheiro de Sousa) uma manifestação contra os casos e descasos da prefeitura em relação ao patrimônio mucicipal e, de certa forma, à cultura Imperatrizense (isso ínclui a reconstituíção do prédio, sendo ele um bem público).
A iniciativa do movimento, denominado Ocuparte ou Arte na Rua, partiu do Forúm de Cultura Municipal que ocorreu nos dias 02 e 03 do presente mês no único teatro municipal - o Ferreira Gullar, e é composto por algumas entidades do município (tenho que ver quais são e coloco aqui.), por estudantes universitários, por artistas em particular e por cidadãos em geral.
Qual o motivo de começar pela biblioteca? O prédio, já abandonado há cinco anos, foi requisitado à prefeitura por instituições artísticas e culturais, como o CCN (Centro de Cultura Negra do Maranhão) para servi-lhes como sede. Requisições essas que foram negadas pelo nosso digníssimo prefeito que, na falta de um banheiro público na cidade, achou por bem deixá-lo com tal finalidade. É pelo menos o que se pode constatar quando se depara com a quantidade de fezes e com o mau cheiro da antiga biblioteca.
Mas imaginem vocês que depois desses quatro anos e, coinscidentemente, no dia da manifestação apareceu a verba de 68 mil reais para a reforma do prédio!
A questão é que ontem estava um público, ainda que menor que o esperado, na porta daquele prédio quando chegaram os trabalhadores da prefeitura e o interditaram para reforma! Mas artista é como eu digo - Para quem sabe trabalhar, qualquer calçada é um palco. Não paramos o som, não paramos a dança e, muito menos, a poesia...
Provavelmente neste sábado, meus colegas "jornalistas" já transformaram toda a história com ideologias mesquinhas que nem suas são. Os vandalos? Estarão lá sim, limpando toda a merda (em todos os sentidos) e se fazendo ser vistos com sua esperança, mesmo que vã, de que essa população cega de Imperatriz tire essa venda dos olhos. Como diria o homem que dá nome ao nosso teatro em um trecho de suas poesias(mesmo que em outro contexto, caiu como uma luva):

Introduzo na poesia
A palavra diarréia.
Não pela palavra fria
Mas pelo que ela semeia.

Quem fala em flor não diz tudo.
Quem fala em dor diz demais.
O poeta se torna mudo
sem as palavras reais.
(...)