quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Severina

Vou
Sinto que já é hora
Parto sem sofrimento
Bastam-se as lágrimas
pelos pedaços que já foram
A janela me atrai
Muita sujeira, penso
Não sairei pelo mesmo
espaço onde entram os barulhos
da cidade marginal (...)
Desço as escadas e atravesso ruas,
os carros passam dispersados
Não se atrevem a amassar a lataria
Guiada pelo instinto primitivo
Deito novamente na cama,
de onde nunca devia ter saído.
Morro aqui, entre os lençóis e as mentiras
Em meio a sonhos, ilusões reféns,
Dispenso as capsulas e o copo de aguardente,
que espera por goles densos do sangue de meus pulsos,
aguardando o pulsar de um novo dia.

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