Ao ouvirmos falar na UHE Belo Monte (planejada desde 1975 e recebendo resistência das populações atingidas desde 1980, quando saiu o inventário), pensamos ser algo distante. O reservatório formado por esse empreendimento terá 18300 Km² (17 vezes a cidade de Belém) e alagará áreas indígenas e de preservação ambiental. Um detalhe para o qual muitos não se atentam é que há um projeto muito maior para a construção de complexos hidrelétricos no país, principalmente na região da Amazônia (o que nos inclui). A previsão é de 302 barragens até 2050.
Aproximando mais ainda a situação, podemos citar a UHE Estreito, os pescadores, extrativistas e indígenas atingidos, a prostituição ampliada (inclusive infantil), a morte de várias espécies de peixes (enterrados em valas para cobrir os crimes ambientais), o a violência e a situação degradante da falta de estrutura da cidade (com o aumento de moradores, ampliou-se também a demanda por saúde, educação, moradia etc).
O assunto, que muitos dizem que está batido, continua matando inúmeras pessoas e violentando os direitos de várias outras. A ideia de que nesta região não tem moradores é falsamente empregada pela grande mídia e nas salas de aula de todo o país (sim, inclusive daqui e nós acreditamos!). Não se pode ocupar uma terra com homens e mulheres trabalhando e sobrevivendo dela, isto sim, é invasão!
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