A primeira vez que entrei na UFMA
enquanto estudante foi em 2007. Apesar de ser do primeiro semestre, a segunda
turma de Comunicação Social/Jornalismo de Imperatriz, composta de uma média de
40 estudantes, sendo um deficiente físico, dois negros e nenhum índio, teve as
aulas iniciadas apenas no mês de Junho.
Na aula inaugural, tivemos
direito a esclarecimentos, trote, lanche e... promessas. Quando entramos na
universidade, acreditarmos em quase tudo que ouvimos. Fomos informados que logo
o prédio de Comunicação estaria pronto, que teríamos uma ótima estrutura.
Rápido, começamos a sofrer as
consequências de cursos (Comunicação, Engenharia e Enfermagem) implantados às
pressas, sem estrutura, pura estratégia política. Faltava tudo – professores,
material, laboratórios, assistência estudantil, respeito. Os estudantes de
enfermagem puxaram a paralisação e alguns de nós aderimos. Naquele primeiro
momento, por motivos pessoais, me mantive distante do que viria a se tornar uma
greve.
O prédio estava sendo erguido aos
trancos e barrancos. Alojamo-nos, batemos o pé, assistimos e debatemos filmes, bebemos
vinho, gritamos palavras de ordem. Foram momentos intensos. Reunimo-nos com o
reitor. Quando houve um acordo entre poucos que ali estavam presentes e tantos
outros não concordaram, um hino marcou aquela noite: “Parece que eu sabia que
hoje era o dia de tudo terminar...”. Sim, Wanderley Cardoso.
Com o prédio pronto, em pouco
tempo, observou-se a limitação da construção. Em dias, a porta de um dos
banheiros estava arrancada com concreto e tudo. Hoje, já nem sei qual parte da
UFMA Imperatriz representa mais risco. O prédio velho (leia-se jurássico), já
pegou fogo, teve parte interditada e derrubada, caiu teto, tem banheiros
interditados e a antiga cantina está podre, esperando um casal desavisado se encostar
durante uma festa em que a polícia pensa que pode entrar e parar de qualquer
forma ou onde um guarda coloca uma arma na cabeça do estudante e ameaçar atirar
por porte de maconha.
O prédio novo (E é novo mesmo,
pois demorou anos para ficar pronto) virou morada de potó. Cheio de rachaduras,
ameaça cair por não suportar mais peso. Os laboratórios são limitados (mais por
questão física). Pelo menos, temos hoje profissionais competentíssimos e, pasmem,
dispostos a ficar por aqui. Diferente de professores que fugiram de madrugada
sem comunicar nada ou dos que tiveram que sair às pressas por ‘problemas de
força maior’.
Mas ainda há tanto pelo que lutar!
Assustam ainda algumas pessoas que estão aí desde o começo e só agora ‘perceberam’
que há algo de errado. Atenção: Essa Universidade é sua! E não, isto não lhe
enche só de direitos. De deveres também! A sua casa, quem limpa é você!
A UFMA passou anos sobre uma
direção omissa e irresponsável. Acreditou-se e votou-se em outra opção e,
apesar de muitos dizerem que não deu certo e que fracassamos, as mudanças são
nítidas. O estado do campus hoje é o resultado de uma bola de neve que se
formou por muito tempo. Se agora passamos por mais um percalço, paciência! São
tempos de escolhas. Em um dia, serão definidas as pessoas que lhes
representarão por anos e, acreditem ou não, esta escolha é fundamental para a
qualidade de formação profissional de vocês.
Aos que estão sentindo falta de
informação, não se acomodem. Questionem, investiguem, ouçam todas as fontes e
tirem suas conclusões. Mas tenham consciência de que não fazer isso não exclui
o peso de sua responsabilidade. Que venham eleições de DCE, de direção de Campus,
que venha a greve de professores e, com ela, melhoras para os nossos mestres.
CONSCIENTIZE-SE, MOVIMENTE-SE!
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