sexta-feira, 4 de maio de 2012


A primeira vez que entrei na UFMA enquanto estudante foi em 2007. Apesar de ser do primeiro semestre, a segunda turma de Comunicação Social/Jornalismo de Imperatriz, composta de uma média de 40 estudantes, sendo um deficiente físico, dois negros e nenhum índio, teve as aulas iniciadas apenas no mês de Junho.
Na aula inaugural, tivemos direito a esclarecimentos, trote, lanche e... promessas. Quando entramos na universidade, acreditarmos em quase tudo que ouvimos. Fomos informados que logo o prédio de Comunicação estaria pronto, que teríamos uma ótima estrutura.
Rápido, começamos a sofrer as consequências de cursos (Comunicação, Engenharia e Enfermagem) implantados às pressas, sem estrutura, pura estratégia política. Faltava tudo – professores, material, laboratórios, assistência estudantil, respeito. Os estudantes de enfermagem puxaram a paralisação e alguns de nós aderimos. Naquele primeiro momento, por motivos pessoais, me mantive distante do que viria a se tornar uma greve.
O prédio estava sendo erguido aos trancos e barrancos. Alojamo-nos, batemos o pé, assistimos e debatemos filmes, bebemos vinho, gritamos palavras de ordem. Foram momentos intensos. Reunimo-nos com o reitor. Quando houve um acordo entre poucos que ali estavam presentes e tantos outros não concordaram, um hino marcou aquela noite: “Parece que eu sabia que hoje era o dia de tudo terminar...”. Sim, Wanderley Cardoso.
Com o prédio pronto, em pouco tempo, observou-se a limitação da construção. Em dias, a porta de um dos banheiros estava arrancada com concreto e tudo. Hoje, já nem sei qual parte da UFMA Imperatriz representa mais risco. O prédio velho (leia-se jurássico), já pegou fogo, teve parte interditada e derrubada, caiu teto, tem banheiros interditados e a antiga cantina está podre, esperando um casal desavisado se encostar durante uma festa em que a polícia pensa que pode entrar e parar de qualquer forma ou onde um guarda coloca uma arma na cabeça do estudante e ameaçar atirar por porte de maconha.
O prédio novo (E é novo mesmo, pois demorou anos para ficar pronto) virou morada de potó. Cheio de rachaduras, ameaça cair por não suportar mais peso. Os laboratórios são limitados (mais por questão física). Pelo menos, temos hoje profissionais competentíssimos e, pasmem, dispostos a ficar por aqui. Diferente de professores que fugiram de madrugada sem comunicar nada ou dos que tiveram que sair às pressas por ‘problemas de força maior’.
Mas ainda há tanto pelo que lutar! Assustam ainda algumas pessoas que estão aí desde o começo e só agora ‘perceberam’ que há algo de errado. Atenção: Essa Universidade é sua! E não, isto não lhe enche só de direitos. De deveres também! A sua casa, quem limpa é você!
A UFMA passou anos sobre uma direção omissa e irresponsável. Acreditou-se e votou-se em outra opção e, apesar de muitos dizerem que não deu certo e que fracassamos, as mudanças são nítidas. O estado do campus hoje é o resultado de uma bola de neve que se formou por muito tempo. Se agora passamos por mais um percalço, paciência! São tempos de escolhas. Em um dia, serão definidas as pessoas que lhes representarão por anos e, acreditem ou não, esta escolha é fundamental para a qualidade de formação profissional de vocês.
Aos que estão sentindo falta de informação, não se acomodem. Questionem, investiguem, ouçam todas as fontes e tirem suas conclusões. Mas tenham consciência de que não fazer isso não exclui o peso de sua responsabilidade. Que venham eleições de DCE, de direção de Campus, que venha a greve de professores e, com ela, melhoras para os nossos mestres. CONSCIENTIZE-SE, MOVIMENTE-SE!

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