quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Apo(ca)lí(p)tica

Acompanhem senhores: É política.
O pão vendido na padaria,
a moça que varre a calçada.
Esse sol que lhes queima a pele, é política!

E o que é então essa tal?
Essa que nos persegue em tudo, faminta, fingida.
Que política é essa, senhores, que fazeis ao virar as costas?
Ao ignorar os ais sussurrados nas calçadas?

Será fruto de nossa ignorância a nova política?
A politicagem religiosa. A política alienada.
Será fruto de nossa ignorância a velha política?
A politicagem oligárquica. O voto que vale o sonho.

Eis o fruto de nossa ignorância: A política DEFORMADA.
Não, não fechem os olhos, encarem a sua filha.
A criatura persegue seus criadores mesmo em seu sono.
Não se iludam, vocês não sonham com morte, não sonham
com dor, com tortura ou sangue. Sonham com política.

Ignorem, atem a política. Amarrem a cidadania.
Mas não fechem os olhos, ela vai lhes engolir.
Ela é beata, faminta, sedenta, maquiavélica.
Atriz, se veste com faces diversas, que passam despercebidas,
calando as vozes desesperadas por justiça.

Encarem sua cria, ela se tornou o avesso do que deveria.
A política apolítica.





Foto: Mosar Carvalho Costa

Nenhum comentário: