terça-feira, 28 de maio de 2013

O menino e a mão

7 horas. É quando o despertador deveria avisar que sobrevivi a mais uma noite. Mas às 6h45 ela grita. Histérica e, impreterivelmente, de segunda à sexta, ela esfola a garganta e acorda a mim, ao prédio, ao quarteirão, ao mundo. Não entende, aos 35 anos, o motivo de um adolescente demorar no banheiro. Esgoela pra que ele saia logo.


E esse tempo de sono me vale o dia inteiro. A dor de cabeça e a impaciência durarão muito mais que 15 minutos. Qualquer dia desses, ou enlouqueço, ou levanto ensandecida para explicar para ela e para quem mais não souber, mesmo com essa idade, a porra que ele faz dentro do banheiro.

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