quinta-feira, 29 de abril de 2010

A um porto

Não criança, não leio tuas mãos.
Não serei eu a definir teu destino como um Deus;
Mas te digo, quase consciente, que o destino é teu
E que são tuas as escolhas de todo esse caminho

Não meu anjo, esse não é trabalho meu
Mas está nelas sim tudo o que te espera e tudo que tu espera
Aprenderás que cada nova cicatriz é irmã do tempo,
Uma velha lembrança, um dia a menos.

Desconheço toda tua sina, teus empecilhos, tuas vitórias
Pois sei bem, ou no mínimo desconfio, de minha ausência
E covarde fico ao pensar que onde for não estarei
Nem em ti, nem em mim, nem em ninguém.

Quando o pai tempo me levar pra ti em pensamentos
Fecha os olhos e me vê sorrindo
Como quem estranha e ama
Uma criança que encantou a uma velha cigana.

Nenhum comentário: