terça-feira, 22 de março de 2011

Depenad@s

Já dizia alguém que não é muito de dar conselhos, mas que deixou este marcado, que não é bom que sintam pena de mim. Pena a gente sente de alguém que está na última, em estado deplorável, como não quero estar.
Hoje, durante uma aula, tentei entender o sentimento que nutro por certas pessoas e, que infelicidade, é o de pena. Gente que não exercita a mente, que não se esforça, que copia as ideias alheias, que colhe os louros do suor de outros.
Senti pena pela sua ignorância, não sabem de política, de economia, de cultura, de literatura, de atualidade, de moda, de esporte, de nada. E porquê? Não querem. Não sabem nem mesmo de Comunicação - escrever um texto, gravar e editar um vídeo, um áudio, tirar uma foto, diagramar um jornal, montar um blog, discursar ...
Não interpretam um texto, como haverão de interpretar o mundo? E, que pena, o mundo é duro. Principalmente com os coitados por opção. São fracos demais para levantar depois da queda. Vivem à sombra não dos espertos (apesar de acontecer às vezes), mas dos esforçados. Lógico que ninguém precisa ter conhecimento de tudo, mas este conformismo e essa folga exacerbados são penas de morte!
O futuro desses seres, que posso chamar aqui de ocos, é o nada. Não têm voz hoje e nem terão amanhã. Não têm espaço e nunca terão. Nem assunto para conversar eles têm. Imagino seus relacionamentos. É um desabafo, mas não confunda - Não é raiva, é pena. Pena porque quando tentam pisar e se sobressair, nem sempre dá certo e aí, meu amigo, é pena pra todo lado, seres depenados.

"Agora eu vou cantar pros miseráveis que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas que já nascem com cara de abortadas
Pras pessoas de alma bem pequena remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm
Pra quem vê a luz mas não ilumina as suas minicertezas
Vive contando dinheiro e não muda quando é lua cheia
Pra quem não sabe amar, fica esperando alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando, como insetos em volta da lâmpada
Vamos pedir piedade, senhor, piedade pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade, senhor, piedade
Dê-lhes grandeza e um pouco de coragem
Quero cantar só para as pessoas fracas que estão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar o blues com o pastor e o bumbo na praça
Vamos pedir piedade pois há um incêndio sob a chuva rala
Somos iguais em desgraça, vamos cantar o blues da piedade
VAMOS PEDIR PIEDADE!"
(Blues da Piedade - Cazuza e Frejat)

Um comentário:

Tayago disse...

Passei aqui, vim ler ... e senti pena. Pena não de você, ser iluminado que escreve esse texto, mas daqueles que não leram ...

Senti, que não sou e nem quero ser um ser depenado e por isso fico feliz no que fiz, nas escolhas e caminhos que segui.

E agradeço, por com esse singelo texto, mostrar que eu vivi, enquanto outros apenas viam.