Dormia quando fui interrompida...por um sonho.
Era um grupo "organizado" de pessoas que reivindicavam por uma causa que, ao meu ver, era interessante e justa mas, ao mesmo tempo, sua ação era impulsiva e ignorante, como se os outros envolvidos na situação não fossem relevantes. Indignada, fazia um discurso e perguntava - Qual a verdadeira causa de estarem aqui? Não vêem que há algo muito maior pelo que se lutar? Não percebem que estão fazendo da maneira errada, o quanto estão sendo egoístas?
O sonho desaquietou-me (Peço licença para usar este termo sem confirmá-lo. Luxo de quem trabalha com as palavras). Apesar de lutar contra muitas amarras da infância e adolescência, ainda me vejo muito ligada a algumas superstições como, por exemplo, os sonhos. Entendi como uma mensagem e não seria visto de outra forma. Até porque, se há algo que não está me deixando dormir, as coisas não podem estar bem.
Fiquei um tempo na cama, refletindo sobre várias situações a que aquilo remetia e gostaria de compartilhar os pensamentos...
Antes, pensei sobre meu posicionamento enquanto estudante de Comunicação. É sempre interessante rever algumas questões, até mesmo para que nos lembremos de nossos motivos e metas. Sempre gosto de me perguntar o motivo de ter escolhido este curso e o que ele me proporcionou e pode, ainda, proporcionar. Justifico (mesmo sem acreditar na necessidade disso) que a escolha se deu, antes de tudo, pela curiosidade. Fui dessas meninas muito "ativas" (leia-se atentadas), fazia mais perguntas constrangedoras que o comum e criava teorias loucas e desconcertantes. Dificilmente contentava com respostas simples, deixava a objetividade para as perguntas.
Não quero, jamais, perder essa capacidade de questionar e de não contentar. É essa a sina de um jornalista - nunca saciar, nunca estar respondido, sempre desconfiar. É isso que o faz levantar todos os dias e ir trabalhar - a necessidade de saber mais, ou ao menos algo, e compartilhar. Sim, passar adiante, INFORMAR. Percebi o quanto a comunicação é desapegada (Lembrei de Alda agora, que se não rir lendo isso, dirá que estou fazendo pouco caso) - Sei que muitos não têm cumprido essa missão mas, se analisarmos bem, o que mais deveria fazer um jornalista, a não ser adquirir conhecimento e difundi-lo? Desapegar-se dele? Tarefa difícil em tempos onde o saber é trancafiado nas mentes como o dinheiro é trancado nos cofres.
Talvez tenha algum sentido mas, provavelmente, é uma tentativa desesperada de justificar o posicionamento de muito colegas de profissão (certo, ainda não me formei...) que, depois de provarem a viciante sensação do saber, têm a guardado e convertido em poder. Tive, por pouco tempo, certo alívio. Questionei meu posicionamento enquanto informadora (não confundir com informante) e estive bem.
Mas ainda faltava algo... E o sonho? E aquelas outras pessoas que estava lá, quem eram? Liguei muito a uma situação que está sendo vívida (ou revivida)...
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