sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Jornalismo anti-ético. "É ruim pra quê?"

Jornalistas, antes de tudo, têm de ter exatamente a postura que, claramente, a equipe responsável pela matéria “É bom pra quê?”, transmitida no último domingo,12, no Fantástico, não teve – a de averiguar e avaliar várias vozes. Refletindo sobre as questões levantadas nos últimos dias, me sinto à vontade para tomar um posicionamento como futura jornalista:

"Imperatriz é a segunda maior cidade do Maranhão. Cerca de 236 mil pessoas vivem nela, e mais da metade é pobre. E 26% são analfabetas. A cidade tem um único hospital público grande e 34 postos de saúde..."


1- O IBGE (de onde saíram os dados estes dados acima) é a fonte a que se deve recorrer normalmente, mas acredito ser de fundamental importância que a Rede Globo tivesse esclarecido a data deles, que está ultrapassada. E, sendo bem sincera, muito me surpreende esse alarde pois bem sabemos do nosso alto índice de analfabetismo, bem como do descaso com a nossa saúde, principalmente por Imperatriz atender a pacientes de toda a região. Acredito ser hipocrisia se contentar com tão pouco.
Quanto ao analfabetismo, sei sim que somos pólo “universitário” ou, no caso, de ensino superior. Mas quantos de nós temos real condição de ingressar nessa etapa? Estou sendo objetiva, estão aí nas entrelinhas várias outras questões como qualidade de ensino, valorização do professor etc.


2- A proposta de todo esse quadro é denegrir a fitoterapia, isto é claro. Sabemos bem de todo o contexto histórico da Rede Globo, sempre com seus acordos com as indústrias terceirizadas. Não seria diferente neste caso. Deixo claro que é importante sim e que jamais defendo a postura do professor Antônio Frasão em receitar um remédio sem responder como médico. É simples, ficaram sabendo do professor por ele já estar sendo reconhecido internacionalmente, com premiações e tudo. Um reconhecimento ameaçador a certos segmentos. Convenhamos que, em se tratando de eventos científicos, normalmente conhecidos pela sua seriedade e compromisso com a qualidade de vida, não iam sair por aí distribuindo prêmio pra uma criatura de Imperatriz. Não, não estou me desfazendo da cidade...


3-Sim, temos nada menos que a obrigação de mostrar situações como essa. Primeiro por nosso compromisso com a sociedade. Há ainda outros pontos positivos, é necessário denunciar nossas mazelas como um meio de pressionar o governo a tomar um posicionamento e, de preferência, atitudes. Dizer que está tudo maravilhoso seria ridículo e tiraria uma das principais características do jornalismo – a do denuncismo.

(...)

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