Se há, em um jardim, centenas de flores, é de certo a rosa vermelha que chama atenção - talvez pelo perfume, pela maciez, qualquer coisa que tenha dado a esta espécie um quê de ser especial.
Nunca fui muito de rosas. São já tão queridas que imagino ser preciso amar as outras flores, os outros cheiros, as outras cores. Desde pequena, gosto dos girassóis - tão esparramados e sorridentes.
Lembro que em certa ocasião passei por um jardim de girassóis. Em êxtase, cheguei a sonhar que meu corpo faria morada ali ou que aquele perfume e energia se juntariam à ideia de liberdade e enraizariam em mim.
Inevitável comparar as flores às pessoas. Talvez o que mais atrai nas pessoas-rosas-vermelhas sejam os espinhos, a dificuldade que se tem para chegar às pétalas. Temos essa atração por quem nos magoa e depois afaga. Mas há, lógico, pelo caminho, pessoas-lírios, pessoas-copos-de-leite, pessoas-de-liz e até alguns amores-perfeitos, carnívoras, há ainda tantas pessoas que dão fruto...
Econtrei, há um tempo, uma pessoa meio assim (se é que se pode ser meio alguma coisa) - afastada, reclamona, triste. Pouco atraente, para mim. Deixei-a de lado, haviam tantas rosas. Mas nos aproximamos por um motivo qualquer desses que não se lembra nunca e eu a conheci cheia de encantos, segredos, vontades. Redescobri em seu sorriso e em sua cumplicidade que os espinhos não são pré-requisitos para uma amizade forte e verdadeira. Obrigada Larica, meu girassol!
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