domingo, 9 de novembro de 2008

Amor de perdição¹

Confesso-lhe que não nos conhecemos simultameamente.
Te vi longe, distribuindo sorrisos mil e pensei - hipócrita! Dá-se a qualquer um!
Mas não te davas para mim... Não me sorria, sequer me olhava!
Apaixonei-me, não sei se por ti ou pela idéia de ter-te, de te tomar de todo o resto (egoísta, assumo!)...
Amei de pronto teus olhos, o desenho entre teu nariz e tua boca, tua face inteira e no meu mais íntimo desejo gritava - Quero amar teu cheiro!
E amei...Amei e beijei a cada pedaço teu, perdi-me entre teus pêlos, viajei por tua voz e por tua respiração até teu interior, aqueci-me com tua pele...
Tanto me envolvi em ti que senti saudades de mim!

¹Título do romance de Camilo Castelo Branco

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

E a vida, sendo tudo, é só isso? Um bricolé...

"I can't get no satisfaction!"

...Irônia, ok?

sábado, 18 de outubro de 2008

Se fosse hoje meu último dia, seria sem estripulias..
Eu não correria no meio da rua nem tiraria a roupa..
Não comeria horrores nem declararia amores...
Talvez até chorasse, gargalhasse, me aquietasse..
mas tudo sem estardalhaço...
Beijaria-te a face, deitaria em teu colo, esperaria...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Caminhando...


Ao contrário de antes, agora contenho-me
Tanto lutei por não sentir que prefiro fingir que não sinto
para que meus planos não se realizem...

Meu bem, se tenho que transformar o não em sim,
se tenho que queimar as lembranças e fingir que nada aconteceu
não se preocupe, será apenas mais um pedaço de ilusão,
não faço por você, faço por mim...

Exijo cada gota de suor e lágrima, reconheço, saboreio...
Presenteio-me com o sabor de meu próprio fracasso.
Meus atos não retém minha carne, mas a dissimulam.

Prefiro definir-me por ser assim, indefinida.
Amanhã meu corpo trará meras lembranças do que fostes
Descontrole, felizmente, sem holofotes.

domingo, 31 de agosto de 2008

Sim, ainda sonho com o príncipe encantado (sem o cavalo branco),
ainda sonho com todas as pessoas dormindo em uma cama quentinha e sem fome,
imagino todos os dias como seria maravilhoso uma política correta, a cura da AIDS,
o controle populacional, o respeito às diferenças...
Sonho, sonho e sonho...
Acordo de segunda a segunda com a esperança de ter um bom dia, uma boa semana e de ver
as pessoas que amo felizes...mas luto por isso?
Penso em abraços macios de pessoas queridas, lembro das tardes de conversa com minha mãe,
vejo meus irmãos crescendo saudáveis e sinto tanto conforto com isso...
Mas ouço também as palavras grosseiras, choro a eterna despedida e me indigno com um futuro
incerto no qual não posso assegurar nada, definir nada...
Aspiro, acima de tudo, que nunca me faltem motivos para sonhar...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Carta a ninguém


Eu pensava em escrever uma carta a alguém, qualquer velho amigo que pudesse chorar com minhas confissões. Mas que surpresa (ou tristeza) tive quando não achei a quem escrever...
Queria falar como andam as coisas, que nem tudo vai bem...Falar-lhe que tenho estado tão cansada de tudo, sem ações e sem grandes esperanças.
Eu lhe perguntaria de sua saúde e logo falaria que a minha anda abalada e que, desesperada, tenho marcado mil médicos para que ao menos um me diga o que se passa...
Falaria, amigo meu, que minha mente anda tão confusa e cheia de problemas que acabo por não resolver nenhum e que isso só aumenta os meus lamentos.
Contaria que à noite tenho tido pesadelos horríveis e que acordo chorando com uma angústia que não passa e depois já não durmo e que isso tem me gerado algumas olheiras...Que não tenho emoções que me alegram verdadeiramente há muito tempo e que as pequenas coisas perderam o seu valor.
Eu lhe confessaria entristecida que temo já não saber dizer te amo mas que, ainda assim, me esforço por sentí-lo.
Lho diria que tenho feito coisas que não aprovo, que tenho mentido para mim mesma e que não tenho lutado pelas causas que sempre acreditei, que tenho sido tão egoísta quanto os que apedrejei.
Descreveria as decepções que sofri com outras amizades e com amores que, ao saírem de perto tentaram também sair do coração e acabaram arrancando um pedaço dele na despedida.
Eu escreveria desesperada e em letras quase ilegíveis de vergonha que o meu maior medo agora é real e que minha vida é apenas uma vida qualquer...
Por fim, lhe pediria desculpas por tê-lo consumido com meus tormentos e agradeceria por o ter sempre comigo, por poder ter um amigo, um alguém a quem escrever mas, infelizmente, eu não tenho...

terça-feira, 29 de julho de 2008

E disse Deus: -Que haja comunicação!
E o homem inventou a luz, a roda, a espada e tudo mais...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

"Desubjetive"


A contemporaneidade nos trouxe liberdade artística, rompendo com as barreiras do modernismo regrado em contornos e preocupações constantes com o ambiente e com o objeto retratado.
A era pós-moderna presa ainda a indefinições, pode nos revelar que a beleza está em tudo, só depende do artista e do observador.O belo está nas mínimas coisas e, mesmo diante de qualquer censura, a arte ainda surgirá. Nasce daí um certo multiculturalismo e dentro dele várias ramificações.
As condições desse período não mergulharam o mundo em uma calmaria cultural ou científica, pelo contrário, assistimos a uma produção bastante intensa em todos os setores, da filosofia à musica. Mas, infelizmente, essa necessidade constante de produção pregada pelas Indústrias Culturais acaba desvalorizando o material produzido.
Quanto à economia, o homem pós-moderno se mostra mais capitalista que nunca e os fluxos de capital e as bolsas de valores ganham espaço especial e acabam por se tornar indissociáveis de sua vida.
Esta busca pela posse de capital e esta preferência antes ao simulacro que ao real são responsáveis pela sociedade narcisista, contrária às regras e valores e por essa mistura de tendências da atualidade. Entramos na controvérsia, ora se tem um homem que se sente irreal, vítima indignada de um sistema capitalista e maquiavélico, ora um homem hedonista, que defende o prazer imediato e individual como elemento fundamental em sua vida. É assim que pode ser definido o espírito pós-moderno – uma verdade sem verdades!

domingo, 27 de julho de 2008

Nova Cara Velha

Nesta busca por mim me perco cada vez mais...
Ainda bem que o que tenho encontrado pelo caminho tem valido à pena...
seja pela satisfação, seja pelo aprendizado!

"Adoro esse sorriso bobo, a tua cara de assustada..."

quinta-feira, 24 de julho de 2008

In' EssÊNcIa


Esses dias têm sido estranhos. Dificilmente me surpreendo mas muita coisa ainda me machuca.

A volta de determinadas lembranças é inevitável, a saudade de pessoas que, mesmo estando perto, fazem falta (já não são as mesmas de anos atrás) também o é.

Me parece muito com um sentimento que me afligiu há alguns anos, que me fez mudar e reciclar tantos hábitos e que agora me faz prever uma nova aflição futura e uma nova vontade de mudança...até quando? Sempre!

Grandes sonhos e esperanças despedaçados abriram espaço para interesses comuns e em comum, “indissociáveis da vida”. Mas negar certos valores seria nada menos que hipocrisia – não quero ser como a grande maioria mas também não quero me deteriorar em desejos impossíveis e repetir uma velha e dolorosa história...Nem sei o que quero!

De todo esse tempo uma coisa não mudou em mim e, feliz ou infelizmente, sinto que não muda jamais – a inconstância, a busca por algo que nem sei se existe...

terça-feira, 22 de julho de 2008


Estou me afogando em problemas e...
vejam só! Eu posso respirar em baixo d'água!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Depressivos, não leiam!

Quem acompanha meu blog já deve ter percebido que isso aqui tá mais pr'a Ensaio Jurnalístico do quê pr'a Ensaio Jornalístico mas, enfim, quem melhor pr'a escrever sobre esta minha louca vida do que eu?
As coisas não andam muito bem. A maré que estava boa voltou a subir com tudo e em uma velocidade que tá difícil de chegar à praia antes que ela me alcance.
Estava aqui pensando naquela música do Cazuza: "Estou perdido, sem pai nem mãe, bem na porta da sua casa...", parodiando: "e estão pedindo a minha mão e um pouquinho do braço..." .."ME LEVE PARA QUALQUER LADO!SÓ UM POUQUINHO DE PROTEÇÃO A UMA MAIOR ABANDONADA!".
Sabe quando você tá com vontade de arrumar uma boroga e fugir de madrugada? Mas aqui em casa quando eu abrisse o portão já estariam ligando pr'a polícia..hahah..(Há alguns anos eu não faria essa piada).
Minha cabeça dói em tempo integral, minha falta de paciência deu espaço ao desânimo e ao conformismo..Não sei de nada de amanhã e muitas vezes tenho esquecido o que aconteceu ontem...COVARDE! Se antes não sabia quem era, agora não sei se sou...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Que venha a dor e que castigue
e que caiam muitas lágrimas
até que um dia, sem notar,
a dor já não corte
e os olhos já não molhem..
Humano enfim!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Hum...vontade de fazer algo...
qualquer coisa que me tire desse quê de normalidade que tem me cercado últimamente. Não pela falta de trabalho ou de problemas mas as emoções me escapam pelos dedos e já não posso nem sentir seu tocar no solo...
Não preciso de extravagências, quero um sorriso bem sincero que, mesmo de um desconhecido, me faça feliz enquanto dure, quero um amor avassalador que chore comigo por qualquer motivo besta daqueles que não faz ninguém chorar... Quero uma chuva gostosa que me faça deitar no asfalto e fechar os olhos como se eu fosse a única criatura no mundo, quero estar morrendo de frio e tomar um chocolate quente assistindo àquele filme que eu juro que vou locar à pelos menos uns três anos...Uma música dançante, uma surpresa, uma flor, um puxão de orelha, sentar na porta e conversar besteira!

Ação = tesão = emoção = paixão...Quero um ÃO de sentimentos, já!

ITERCOM NORDESTE 2008

Chuva, choro falso, cachaça, projetos ma-ra-vi-lho-sos, cansaço, furto, saudoso, praia, peixe, cachorro-quente, bagunça, estresse, surpresa, assédio, mais estresse, interessante porém dispensável.

terça-feira, 10 de junho de 2008

"Há meros devaneios tolos a me torturar..."

Se morro hoje, amanhã ressurjo...
Nunca fui do tipo que espera três dias...


Em São Luís até domingo, boa viagem para nós!

domingo, 25 de maio de 2008

Feliz Idade / Feliz Cidade

É tudo um ciclo, essa tal de felicidade vai e volta...
Muitas vezes está nas coisas mais simples, naquele sorriso, naquele abraço, naquela lembrança...Mas nem sempre consegue ser intensa o suficiente para ser inesquecível. No mais é só a prima, a irmã ou a tia dela...
A minha felicidade tinha ido dar um passeio, aquele típico do cigarro...Mas já fazem 7 anos que ela só manda cartas, e-mails e telefonemas que, muitas vezes, não sao nem respondidos...
Sinto que às vezes ela está próxima, que me vigia escondida atrás dos postes das ruas em que ando, já a ouvi até me chamar: - Ju, Juliana, July... e eu, Jumenta que sou, não respondo...
Mas está decidido e declarado: "Eu quero mais é ser feliz!"
*Pelo menos nos próximos 90 anos...=)

sábado, 24 de maio de 2008

Complexo de alma pequena

O que realmente vale à pena?
Às vezes eu fico com dúvidas em relação a determinadas situações...
Confeso, decepcionada, que me peguei buscando o verdadeiro sentido da vida por esses dias e não consegui pensar (acreditem vocês) em absolutamente nada!
Poderia dizer que era o amor (bem a la séc. XII, não?)..Mas, a princípio, não sei nem o que é esse tal de amor, se existe, se inventado, se amo, se amei, se amado...
A amizade é mais concreta, pronto! Será ela? Não, acho que ela está mais ligada à morte do que à vida - pq ela mata o espírito, a alma e o coração quando morre...e se não sempre morre, sempre adormece!
Sexo, comida, diversão, descanso? Felicidade é apenas um estágio...
Tristeza uma inerência que, definitivamente, não dá sentido à vida.
Viver simplesmente não tem sentido. Nossas existências são inúteis e, no máximo, destrutivas...
Viemos dar o ar da (des)graça e depois de tudo virar nada, que animador!
Dor, vive-se por dor, para que doa e para que se façam doer as feridas do mundo!É este o caminho de todas as coisas..o nada, a dor, o castigo por não ser amizade, amor ou felicidade!

sábado, 17 de maio de 2008

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Eu , ele
Meio certa, meio torto
Vermelho, Verde
Realilusões
meio quente, congelando
Mais pra lá, mais ainda
Vou atrás, vou levando
quero mais, quero menos,
talvez mais de vez em quando
Meio viva, meio morto
de horrível, como é linda!
Eu, ele
inteiro!

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Amigos, amores, família, inimigos?
Tudo convenção...uma falsidade só!
Porra de mundo!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Puta Vida!
Puta da Vida!
Vida de Puta!
Puta de Vida!
Puta vida de puta!
Vida puta essa vida!
Vida puta, essa vida!
Vida Puta!
Puta Vida Puta!
Vida Puta Vida!
Vi putada!

Puvitada!

domingo, 11 de maio de 2008

Mãe


Teus abraços, teu cheiro, nossas conversas, tua comida, o seu sorriso perfeito e essa sabedoria na hora de me dar conselhos...
O mundo não merece realmente pessoas como você...
Acho que ele tinha inveja do quanto era amada, só que ele se enganou pensando que te levando esse amor acabaria...
Mais esperta que a vida, deixou cinco crianças para que, depois de grandes, se tornassem um só - você!
Em cada um deles depositou suas melhores qualidades - a perseverança para suportar os pesos e pesadelos do mundo, a firmeza e transparência que só os que estão à frente sabem passar, o sorriso sincero que aparece até nas horas mais difíceis, a seriedade e bom-senso daquele que pensa antes de falar ou agir, a teimosia de quem crê que está correto e o movimento de quem não se conforma com o que é imposto e em ficar vendo o tempo passar na janela!


És assim, cinco em um!

sábado, 10 de maio de 2008

OcupArte

A quem interessar...
Quinta-feira, 9 de maio de 2008, aconteceu em frente à antiga Biblioteca Municipal de Imperatriz (aos mais novos, é aquele "monumento" que se localiza defronte ao colégio Dorgival Pinheiro de Sousa) uma manifestação contra os casos e descasos da prefeitura em relação ao patrimônio mucicipal e, de certa forma, à cultura Imperatrizense (isso ínclui a reconstituíção do prédio, sendo ele um bem público).
A iniciativa do movimento, denominado Ocuparte ou Arte na Rua, partiu do Forúm de Cultura Municipal que ocorreu nos dias 02 e 03 do presente mês no único teatro municipal - o Ferreira Gullar, e é composto por algumas entidades do município (tenho que ver quais são e coloco aqui.), por estudantes universitários, por artistas em particular e por cidadãos em geral.
Qual o motivo de começar pela biblioteca? O prédio, já abandonado há cinco anos, foi requisitado à prefeitura por instituições artísticas e culturais, como o CCN (Centro de Cultura Negra do Maranhão) para servi-lhes como sede. Requisições essas que foram negadas pelo nosso digníssimo prefeito que, na falta de um banheiro público na cidade, achou por bem deixá-lo com tal finalidade. É pelo menos o que se pode constatar quando se depara com a quantidade de fezes e com o mau cheiro da antiga biblioteca.
Mas imaginem vocês que depois desses quatro anos e, coinscidentemente, no dia da manifestação apareceu a verba de 68 mil reais para a reforma do prédio!
A questão é que ontem estava um público, ainda que menor que o esperado, na porta daquele prédio quando chegaram os trabalhadores da prefeitura e o interditaram para reforma! Mas artista é como eu digo - Para quem sabe trabalhar, qualquer calçada é um palco. Não paramos o som, não paramos a dança e, muito menos, a poesia...
Provavelmente neste sábado, meus colegas "jornalistas" já transformaram toda a história com ideologias mesquinhas que nem suas são. Os vandalos? Estarão lá sim, limpando toda a merda (em todos os sentidos) e se fazendo ser vistos com sua esperança, mesmo que vã, de que essa população cega de Imperatriz tire essa venda dos olhos. Como diria o homem que dá nome ao nosso teatro em um trecho de suas poesias(mesmo que em outro contexto, caiu como uma luva):

Introduzo na poesia
A palavra diarréia.
Não pela palavra fria
Mas pelo que ela semeia.

Quem fala em flor não diz tudo.
Quem fala em dor diz demais.
O poeta se torna mudo
sem as palavras reais.
(...)

sábado, 26 de abril de 2008

1900 e dinossauro

Hoje eu queria ser nada,
nem muito, nem pouco...nada!
Mas "não ser" seria doloroso demais
pra quem tantas vezes "só quis ser"...
Sentir nada, nem dor, nem alegria...
Talvez uma anestesia neste louco coração.

Nem choro, nem riso ... Nem dia, nem noite.
Nem a favor, nem contra ... Nem eu, tampouco você!
A promessa do "pr'a sempre" já acabou
e isso era tão previsível...Quem me cegou?

Onde está aquela mocinha que tudo sabe?
E a auto-confiança apontando um futuro? "O fututo"!
A verdade é que te queria aqui, comigo...
Nem Deus, nem o diabo - você!
Talvez a mesma sonhadora não tenha resistido
a tantos planos despedaçados...
Quem sabe este seja apenas mais um entre tantos...
Talvez seja eu. Ah inferno amar, paraíso ser amado!

Não minta que se importa
nem peça desculpas pelo que não se explica...
A amargura torna impossível o perdão!
Com o tempo vão embora as feridas
mas cicatrizes, meu pequeno, essas ficarão...
E quando sou nada, sou,
mesmo que inesquecível pelos meus erros,
por ter te amado simplesmente...
Quando muda os personagens já não é a mesma história...

sábado, 19 de abril de 2008

"Você tem fome de quÊ?"

Alimentem as crianças, os pais das crianças e os avós das crianças...
Alimentem com pão, carne, feijão, arroz e café com leite...
Alimentem com conhecimento, não com suas ideologias egoítas...
Esqueçam os bons modos, o único que deve prevalecer é o bem tratar, o bem servir...Bons modos são artifícios que nos fazem esquecer dos que têm fome!
Salvem-os de suas míseras opiniões resultantes da ignorância e da violência!
Supra-os com a velha história, com a nova história, com qualquer história que seja verdadeira...
Façam valer o que ainda se pode chamar de caráter...
De esperança, meus caros, já tem muita gente morrendo engasgado!


quinta-feira, 17 de abril de 2008

Havia uma menina no ônibus, na imensidão do ônibus...
na imensidão do centro, na imensidão da cidade, na imensidão do estado, do país e do mundo...
E os seus olhos eram tão vagos que neles cabia a história de todas as eras...
Havia movimento em toda sua volta mas ela nunca estivera tão só..
Desde o crescimento da "globalização" e com a desglobalização que com ele veio, a menina de traços rudes, de mãos pesadas e corpo cansado já não sabia o que era ter ou ser...
Sua face deixava transparecer o medo que sentia...
Mas de quê? De quem?
Era medo de ninguém...de não ter alguém nunca mais...
A maneira como nos últimos anos a cidade, muito maior, parecia ter diminuído a assustava ...Era cruel a dependência das pessoas em relação ao centro capital..Aquele aglomerado de gente a fazia sentir até feliz por estar sozinha no ônibus, de saber que, de certa forma, aquilo ainda não a manipulava...
Tinha vontade de gritar suas verdades, mas como? Era apenas uma menina sozinha no ônibus e os jornais e revistas só ouvem aos que não se importam com quem está ali...
Sentiu-se, dentre mil princesas, a dona do ônibus e de cada centímetro percorrido por ele...
Ânsia, enjôo, coceira no nariz..era um misto de sensações que não sabia explicar...
Chegou ao ponto de parada - sua casa! Afinal, tudo em volta era vazio - o ônibus, o centro, a cidade, o estado, o país, o mundo e até mesmo ela!

domingo, 13 de abril de 2008

Sei sim o quanto ficastes em mim..
coisas que nunca vão cicatrizar...
Mas, mais que os momentos bons, prevalecem os ruins..
sei que em você também vou ficar...
Mas é assim que sempre acontece,
seja amizade, fingimento ou amor,
leva-se um pouco, deixa-se outro
e o tempo, meu bem, leva a dor...

Se agora sofro, amanhã não é nada...
Dos meus momentos não é o pior..
O que não quero fazer nessa vida
é insistir no que não dá mais certo,
acreditar que será bem melhor...

Se não nos fazemos bem nenhum, pra quê insistir?
se não dá certo vamos aceitar...
não, não te peço pra desistir tão menino de brincar de amar..

Mas se esqueça do meu endereço,
ligações suas não vou aceitar...
você não sabe o que é respeito
e nem sou eu quem vai lhe ensinar..
quem sabe a vida ou alguém mais paciente...
um outro alguém que saiba te esperar...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

"Mas quem sou eu nessa vida tão louca?"

Eu aqui, ouvindo pela décima vez "novamente" de Ney, venho humildemente justificar minha ausência no blog - Lapso de criatividade!
Nunca tive muita, mas agora a falta tá superando...
Quanto à minha viagem a João Pessoa, a cidade é linda e o Congresso reunia muitas pessoas interessantes e diferentes, porém, não aproveitei nem metade do que eu poderia (tenho meus motivos e, muito provavelmente, não são os que passaram agora por suas cabecinhas lindas...)!
Começaram enfim as aulas e estou me dedicando (nem tanto) às matérias que estão sendo dadas e ao projeto de sete barracas.
Estou pensando seriamente em fazer um projeto sozinha, nada muito grande, mas um assunto um tanto quanto ... delicado. Até lá vou fazer minhas obrigações, a começar por uma artigo científico sobre homosexualismo x homosexualidade, um tema que, na minha opnião, a partir do título já se restringe. Se fosse só um ou outro, imagino que as ramificações seriam muito maiores. Mas, enfim...
Acho que depois de dois copos de coca-cola, pães sabor salsicha¹ e dois chocolates, ninguém é mais alguém...
Vou ficando por aqui, eu, os chocolates e o Ney...
Até a volta de minha inspiração! Um cheiro!

sabor salsicha¹ - Maria Talita Nunes Bessa (não, ela não é um pão sabor salsicha, apenas inventou essa...).

terça-feira, 1 de abril de 2008

sábado, 15 de março de 2008

JamPa


=)

Amanhã viajo pr'a João Pessoa e passarei alguns dias sem postar nada aqui.

Espero que ao voltar eu tenha muito a escrever.

Deixo uma foto do que me espera...


sexta-feira, 14 de março de 2008

"Qualquer coisa que se sinta.."

Sentimentos, eu os tenho ou eles me têm?
Cada pessoa tem uma sensibilidade diferente quando se trata de receber e transparecer emoções...
Quanto à mim, sinto (na maioria das vezes) , que elas me tocam ao máximo e que, uma vez absorvidas, se guardam dentro de mim em algum lugar trancado que confesso frequentemente ter dificuldades de abrir...
Como um simples gesto pode mudar uma vida, um pedido que se fique, um abraço para que se faça parecer importante...E como, como dificultamos tudo que há de mais simples - mostrar-se!
Começo a acreditar que não há um ser verdadeiro, não há dignidade, nem caráter ruim - há o que se quer que exista!

terça-feira, 11 de março de 2008

Quando eu te conheci, meu amigo,
eras tão belo.
Tinha um mistério que seduzia.
Foi ele que me fez querer aproximar,
teu sorriso, o jeito que, ainda que humilde
(e até mesmo por ser humilde) dava a
idéia de que tanto sabias...

O tempo não nos tornou tão próximos quanto poderia,
mas me fez criar por ti um carinho todo especial.
A admiração que se tem por aqueles que compreendem.
Passou de belo a perfeito.
Me fez pensar em mil coisas que nem sei se deveria,
mas te perdi no caminho...

Se te encontro hoje, falas como a uma desconhecida.
E isso, meu amigo, dói!
Sei bem o que te prende, o que te impede de seguir a vida...
Mas quando aceitas isso, meu amigo, como dói!
Teu sorriso nunca mais vi;
Tua previsibilidade me enoja!
Amado amigo, onde estás se anda assim, tão longe de ti?

*Sem estética, mas cheio de sentimentos...

domingo, 9 de março de 2008

Depressão velha de ano novo

Tudo era trágico naquele quarto e cada objeto a fazia pensar em suicídio ...
Aquele tédio que aparecia de repente a fazia enxergar como as coisas iam mal...
Sentiu uma vontade quase incontrolável de chorar e seus olhos, pintados de preto, temiam se desmanchar em água e sal...
Talvez fosse a garrafa de vinho, o ano ou a fita cor de rosa jogada no chão...A porta do guarda-roupa "estratégicamente" aberta, ou quem sabe, fosse uma vida inteira!
Só tinha certeza de que não era feliz. Mas quem seria?Essa tal de felicidade existe?Existia?
Desistiu de escrever bobagens. Lembrou de datas passadas em que as escritas se perderam...
Percebeu pela música da vizinhança que a estrutura seria sempre a mesma (mesmo que mudasse)...Já não mais chorava...
Lamentou, viu o remédio em cima da mesinha, pensou em morte mais uma vez. O telefone não tocou ...
Tomou seu último gole de vinho. Era só mais um ano, ela sobreviveria...

sábado, 8 de março de 2008

Dia Irracional da Mulher

Vim aqui fazer pose de chata...

Hum, 08 de março, dia internacional da mulher. O que eu consegui com isso?

Bom, todos os clientes homens que atendi hoje no correio foram muito simpáticos e me deram os parabéns, ganhei uma camiseta da hemomar “Doadora de sangue, semeadora de vidas”. É isso, todo mundo (menos meu pai) ficou muito doce e prestativo. E eu? Odeio isso!

Sou totalmente a favor de gente mais educada, de ser parabenizada pelos meus esforços diários. Mas tenho um enorme repúdio às datas comemorativas (pelo menos à maoria).

Hoje, por exemplo, está tudo impecável ... e amanhã? Vai voltar tudo ao normal, a mesma grosseria de sempre, as mesmas caras feias...

Os “dias especiais” afastam o ser humano do ser humano. Se a mulher lutou tanto pela “igualdade”, por qual motivo não tem o dia internacional do homem? Eles fazem muito menos que elas? Não, uns fazem o mesmo ou muito mais! Será que é tão difícil reconher uma pessoa simplesmente como uma criatura que, independente de sexo, cor ou qualquer coisa que limite tanto , tem seus esforços e, consequentemente , conquistas próprios? Tou individualizando sim!Cada um chega aonde se faz capaz de chegar (ainda acredito na justiça, a cega sou eu, ou ela?).

O que eu queria mesmo era o DIA INTERUNIVERSAL DO SER HUMANO.Seria um dia em que as pessoas egoístas iam esquecer de si. Um dia de doação. Um dia que deveria ser todos os dias (uma estrelinha pr'a quem ainda souber o que é ser gente!).Mas quem sabe eu até comemore a páscoa...

A FLOR E A NÁUSEA


Preso à minha clase e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.]
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.

Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.

Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita, nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.


Carlos Drummond de Andrade
(A rosa do povo / 1945)


Um resumo de tudo que já escrevi até agora..quanto a foto, eu a tirei. É feia, mas é uma ...

sexta-feira, 7 de março de 2008

Quero falar de amizade!
Não sei nem explicar o que é! Não é um sentimento, nem uma entidade...uma aliança? Talvez...Não, é mais , muito mais!
De tudo que lembro, de cada detalhe, os momentos mais marcantes e mais fortes na memória foram os que passei ao lado desses seres maravilhosos a quem chamo de amigos.
Ah, como ter em quem confiar te deixa forte e seguro de si!
Acredito que ao longo da vida vamos selecionando e colecionando (intecionalmente ou não) pessoas que têm algo a acrescentar. Sim, sei que parece egoísta, e é! Mas quando o acréssimo é de sabedoria, carinho e determinação, dá-se um crédito ao maior interessado.
Hum, se bem que, olhando por outro lado, tenho amigos que até hoje não sei o que me trouxeram ... Mentira! =D
Não vou correr o risco de esquecer ninguém, nem falar mais de um e menos de outro, então, melhor esquecer essa história de citar nomes!
Não conheci até hoje uma dor mais forte que a da traição de um amigo, mas sei, que se um me quebrar a cara, haverá outro pra fazer o curativo. É essa a única paixão que posso chamar de imortal, se não agora, nas lembranças.
Ah, o homem! Esse ser que se submete às mais terríveis explorações e humilhações. Mas porquê? Para quÊ? Esperança!
Quando se fala que é esta a última a morrer não se está de todo errado...
Se sofremos na mão de alguém que amamos, há sempre a fé de que esta pessoa conhecerá também esse sentimento e mudará..
Se recebemos pouco no trabalho, acreditamos que é questão passageira e que nosso esforço será reconhecido...
Quando morre um amigo ou um ente querido, nós preferimos acreditar em um Deus, em um lugar em que haverá o reencontro...
Precisamos de um porto, algo que nos dê segurança e faça pensar que vale continuar...
Essa tal de coragem, de força e perseverança? que nada, a resposta de tudo está no quanto se acredita naquilo!
Foi assim que se formaram os grandes homens e os pequenos (ao seu modo)...
Confesso que me causa um certo asco esse negócio de a humanidade depender de algo tão abstrato e, muitas vezes, mesquinho...Mas, não posso negar que é esse mesmo motivo que me faz escrever...esperança de fazer algo que, mesmo que só eu ache, seja ideal!

quarta-feira, 5 de março de 2008

Sacrifício

É preciso que doa pr'a ser poesia.
É preciso sangue para um melhor vermelho (...)
Lágrimas para esquecer os podres
e lixo para escondê-los!

É preciso acabar com o mal,
exterminar tudo do animal,
derramar o sangue do poeta
e, manchando o chão de azul,
fingir lágrimas (também azuis) de lixo.
É preciso, é preciso!

E é por isso (...)
que hoje são raros os poetas,
que o vermelho está vulgar
e que as lágrimas já secas
teimam em não mais brotar.

A nossa poesia, amigos, será possível?
Virou o lixo!
Mas eu insisto, é preciso!

segunda-feira, 3 de março de 2008

Hoje, senhores, eu vi a morte!
Ao despertar de um leve e agoniado sono e abrir os olhos eu a vi flutuando sobre o meu corpo...
Ela não é bela como tantos falam, nem feia. Satisfaz-se por ser morte, simplesmente!
Senti minhas forças se afastarem do corpo e minha vista tornou-se pesada e escura. Mas havia algo naquele rabisco de alguma coisa que me trazia uma paz que chegava a quase anular essa dor de não ser vida...
O meu passado não me veio como um flash e muito menos pensei nas coisas que eu ainda pretendo fazer. O que me torturou foi o presente, foi ver como tudo se passa, foi me identificar tanto com a minha nova amiga - tão cínica e fria!
E já atrasada para continuar a viver, eu disse que fosse...Que hoje, senhores, eu amanhã ainda chamarei de ontem! Ela compreendeu e sorriu...

sábado, 1 de março de 2008

A poesia, amigos, nunca é feia!
Pode-se até ter uma poesia pobre e vazia, depende de quem a lê ...
Quando se trata de falar de amores, martírios, perdas, desilusões e dores,
a própria feiúra conserva a estética!
As palavras são traiçoeiras e aquele que não as domina, as alimenta, pois
é ele a piada de todos os versos e só no silêncio, sentirá o peso da não-interpretação!
É preciso cabeça e mãos treinadas para compreendê-las e saber usá-las.É preciso não precisá-las!
Não amar as letras é como olhar a arte sem vê-la. Como ver a seca do sertão e só avistar miséria, não reparar na beleza da terra rachada e no retorcer gritante e delineado dos galhos...É não enxegar que o sol não só seca, mas ilumina!
A poesia é tudo, menos feia! No máximo, mal amada!


(Uma defesa para minhas poesias rejeitadas!)

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

05-02-2008

Quem dera fosse mais que uma imagem!
Se a menina da foto de fato falasse,
se no peito houvesse sentimento ...

É falsa a paz que me traz tua miragem,
sorriso doce, sem malícia ou irônia ...
Se o cinismo tão presente não houvesse,
tão vazia seria a fotografia ...

Não te iludas minha menina, minha pequena ...
Mesmo refletindo tão perfeita sintonia,
o papel, imperfeito, mente teu cheiro.

Se te agradas o que ouves tod'os dias,
Penoso engano este meu, só aparências ...
Quero mais, além da imagem fria (...)
O que o mundo chama de vida vazia,
denomino ceticismo na essência ...


(Palavras a uma fotografia ...)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Bom dia, vida!

Estava deleitando-me e derretendo-me sobre velhas escritas e lembranças quando me vi atacada por uma certa saudade ... Aquela saudade invejosa que (quase) todo mundo tem de um passado, normalmente, distante ... Aquela mesma que vem acompanhada de uma voz (mentirosa) que "insiste em insistir" no quanto se era feliz, no quanto as coisas eram mais fáceis ...
Triste engodo este de criar momentos que não existiram e de ampliar os que vagam lentamente pela estrada do esquecimento na esperança de resgatar emoções que já não voltam e que, menos ainda, devem voltar!
O bom mesmo é relembrar as horas más, aquelas que nunca passavam, que se arrastavam enquanto eu puxava incansavelmente a corda do tempo - o fio da vida!
Ah , se meus tormentos tivessem durado mais, quanto mais eu teria aprendido ...
Não, não sou adepta do sofrimento, mas veja bem que delícia seria ter de volta cada corte vivo, cada tragédia, cada cena sufocante e cada gota de agonia da infância ... Se ainda houvesse a liberdade do choro inocente!
A casa, as fugas, a cachaça, a loucura, a invasão da intimidade ... tudo isso é um ciclo e eu já estou tão distante de tudo que essa melancolia saudosa persiste em me trazer com sua falsa leveza - sinto-a como uma brisa que ,antes, toca-me a face e logo vai criando forma e soprando-me aos ouvidos essa interminável dor de ser só, essa certeza do esquecimento! Já não é o vazio que incomoda, é esse assobiar cortante e sem fim ...
Emoções? Já não as sinto como antes e as que sinto não me surpreendem mais!
O medo, quando já não o tulero, simplesmente digo que vá, que volte amanhã talvez (O dia foi longo e preciso dormir!) ... Nos meus sonhos não há espaço para temor! Quero simplesmente sonhar com as lembranças ... sonhar, sonhar e sonhar , porque a essa altura meus olhos abertos significam pura e simplesmente a realidade!
O amor infinito do primeiro namorico agora me soa como um frágil mito grego - apaixonante, porém falso!
Não creio mais em doação sem interesse, o homem cujo bolso não determina o preço, os sentimentos encarregam-se!
Fique dor, não me deixe com essa humana sensação de que o futuro é o espelho da desgraça! Corte-me em mil pedaços e lance-os ao tempo para que eu absorva o conhecimento de todas as experiências (ou as experiências de todo conhecimento) e difunda-o!
Formaram-se do vento partículas de água e essas se derramaram de lugar nenhum na forma de chuva, cicatrizando-me e me fazendo esquecer, finalmente ...
E finalmente sou apenas mais um passado feliz ...
Mas o sofrimento está guardado ali, naquela gaveta esquecida entre tantas outras ... e um dia, eu sei, o vento o trará novamente - até que venha a chuva!
Já é dia ...