terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Se pudessem ser ditas todas as coisas do coração
como são sentidas...
Se pudessem ser sentidas assim como são ditas...
Há tanta limitação no bom. Há tanto temor no doar.
A loucura de um mundo louco e esquizofrênico.

É um não poder amar, amando.
Um respirar dolorido e cheio de mágoas.
A própria compaixão é cortante, vilã.
Em nosso tempo já não sei o que é mais hipócrita -
se é tu me amar, ou eu pensar que ama.

E se for por agora, quanto tempo vai durar?

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Ih, legal!

Bom, depois de alguns meses, está aí o "Ih, legal".
Um vídeo experimental feito para a disciplina de Cinevideojornalismo.
Temos consciência que não é lá uma produção boa mas tenham piedade,
foi meu primeiro roteiro pra tv, primeira edição, primeira atuação na tv,
primeiro tudo.
Pra vocês: O bebê!



PS - Agradeço a Raul Mesquita, que muito nos ajudou na hora do desespero! =*

terça-feira, 30 de novembro de 2010

IV Simpósio de Comunicação da Região Tocantina

Programação Cultural:

Dia 1 (Quarta-feira) – NOITE DA CULTURA POPULAR

Grupo Batalhão Real, da Dona Francisca do Lindo - Lançamento do CD do Grupo

Música eletrônica – Forró Pé de Serra, Samba e Reggae / Música Regional


Dia 2 (Quinta-feira) – NOITE PRATAS DA CASA – TALENTOS DA UFMA

Marcela e Anderson – MPB

Mário Lima – MPB

Rebeca Avelar – MPB

Jéssica Ruane – MPB

Sandes – do Crafter

Música eletrônica – POP rock


Dia 3 (Sexta-feira) – NOITE DO HIP HOP – A ARTE NA POLÍTICA

DJ – Marcos 8h

RAPPERS - Fábio Bonfim – 8h

COLETIVO ARTE ALTERNATIVA – Patrick

MOVIMENTO OCUPARTE –

MOVIMENTO CUFA

Skatistas

Música eletrônica – POP rock, dance

VENDA DE CERVEJAS, BEBIDAS QUENTES, ÁGUA E REFRIGERANTE.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Peça teatral faz sérias acusações à Vale no Maranhão e Pará

É em um cenário simples, composto por apenas seis cadeiras, seis guarda-chuvas e folhas secas espalhadas pelo chão que a peça “Que trem é esse?” vem sendo apresentada desde junho deste ano nos locais alcançados pelo trem da Vale, a segunda maior mineradora do planeta de acordo com seu site. O espetáculo, de aproximadamente 40 minutos, é uma iniciativa da campanha internacional “Justiça nos Trilhos”, lançada em 2007 pelos missionários Combonianos e apoiada por diversos grupos e organizações que apontam a Vale como uma empresa descompromissada e destruidora do meio-ambiente e das populações envolvidas no processo de mineração, plantação de eucalipto, produção de carvão e transporte ferroviário (de pessoas e minérios).


“Que trem é esse?” traz acusações gravíssimas à empresa, alegando que esta representa um risco à segurança, à qualidade de vida e à própria vida. Os seis personagens intercalam os papéis entre populares e funcionários da Vale, utilizando como artifício para chamar a atenção da platéia microfone, jograis, trocas de roupas em pleno cenário e coreografias embaladas por Marisa Monte, Zeca Baleiro e Raul Seixas. O trem, substituído pelo ritmado embalar dos guarda-chuvas pretos para em seis lugares, os mesmos para onde são levados os passageiros da ferrovia da Vale – Açailândia, Alto Alegre do Pindaré e Presa de Porco, no Maranhão e Parauapebas e Marabá, no Pará. Em cada parada, um novo problema apresentado:

-Açailândia hoje é cercada por plantações de eucalipto e já sente impactos ambientais na ausência de animais como o pássaro jacu e de árvores como a palmeira do açaí. Devido à poeira e fumaça causada pela cerca de 70 fornos da Vale, os moradores do Assentamento Califórnia, localizado a aproximadamente 800 metros das carvoarias, reclamam de problemas respiratórios, de pele e vista;


-Em Alto Alegre do Pindaré o caso é delicado. Os trilhos cortam o município ao meio e a população fica impedida de atravessar os trilhos enquanto o trem passa. Apressados para cumprir seus compromissos ou, muitas vezes, embriagados, os moradores passam por baixo do trem parado e muitas vezes são esmagados e arrastados a longas distâncias. “Em 2007 foram contabilizados 23 mortos, em 2008 foram registradas nove mortes e nada menos do que 2860 acidentes (www.justicanostrilhos.org/nota/590)”;


-“Presa de Porco nos deixou doentes”, afirma Xico Cruz, o diretor do espetáculo. Segundo Cruz, os porcos estão para o município como as vacas estão para a Índia e a proliferação de ratos e baratas é enorme, além da água estar poluída e imprópria para o consumo;


-No caso de Parauapebas, a peça aborda as promessas de emprego não cumpridas, afirmando que há um grande número de pessoas que se deslocam para o município acreditando em um emprego estável para o sustento da família, mas ficam de fora por não ter mão de obra qualificada. Desempregados e sem renda para ir para outros lugares, as famílias constroem casas na beira do rio, que ficam cerca de seis meses alagadas;


- Por último, é citada a cidade de Marabá, conhecida por sua mistura de brancos e índios. Segundo levantamento feito em 2009 pelo Ministério da Justiça e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Marabá é a segunda cidade mais violenta do Brasil. O espetáculo encena a sina de pessoas que, sem local para fixar moradia ocupam fazendas e são mortos por pistoleiros.


Xico Cruz coloca a dificuldade de se criar um espetáculo politicamente engajado “Há interferência da entidade na linguagem e nas características da peça, eu preparava o texto e eles (Combonianos) liam e aprovavam junto à comunidade”. Apresentada em Marabá e Buriti, os atores falam que “as pessoas querem que coloque mais coisas”. Vanusa Babaçu, ativista social, assistiu “Que trem é esse?” e lembrou a importância do povo fiscalizar essas indústrias que estão instaladas ou em processo de instalação em nossa região e falar sobre o que presencia. Com uma exposição fotográfica que também traz fragmentos do tema, Babaçu é firme - “o teatro é um espaço de denúncia que precisamos conquistar”.


*A exposição de Vanusa Babaçu está na Semana H de História, que vai até o dia 26 deste mês na Uema, campus de Imperatriz.


Publicado também em: www.imperatriznoticias.com.br


Atores com estudante da Comissão Organizadora da Semana "H"

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Do livro: Presságio

Canção do mundo
perdida na tua boca.

Canção das mãos
que ficaram na minha cabeça.

Eram tuas e pareciam asas.

Pareciam asa
que há muito quisessem repousar.

Canção indefinida
feita na solidão
de todos os solitários.

Os homens de bem
me perguntaram
o que foi feito da vida.

Ela está parada.
Angustiadamente parada.

O que foi feito
da ternura dos que amaram...


Ficou na minha cabeça,
mas tuas mãos que pareciam asas.
Que pareciam asas.


"A simbologia das mãos e o tema da morte."


Hilda Hilst (não pornográfico)


(Foto: Juliana Carvalho)


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O banquete do castelo de pedrinhas dos Sonhos Perdidos

A rainha de copas ordenou: Cortem as cabeças!

E lá estavam elas, cabeças rolantes pelo castelo de pedrinhas dos Sonhos Perdidos.

Mas os olhos não se voltaram para a rainha, toda a elite do reino culpava os decapitadores pelo serviço de “limpeza”.

Afinal, só eram decapitadores aqueles considerados perigosos, malvados, que podiam tirar o capital e a paz da igreja, da mídia e das famílias de bem. Estavam cortando suas próprias cabeças.

O bobo da corte lia a tudo no jornal de época mas nem deu atenção, ansiava pelo folhetim que viria depois, esse sim, importantíssimo!

Aqueles decapitadores sujos e fedorentos estavam bem treinados para cumprir seu papel animalesco – por muito tempo andavam reclusos nas torres do castelo, jogados como ratos e com os ratos, comendo lavagem, apanhando dos guardas do castelo, os sempre tão viris e honrosos guardas.

Enquanto isso o rei estava sentado em seu trono em frente ao mar, lambuzando seu vasto bigode com a coxa roliça de um porco fétido que morrera decapitado. O sangue preto e podre do porco assassino (e assassinado) escorria e era lambido do canto da boca.

Até tinha umas moedas de ouro para que as terras do castelo de pedrinhas dos Sonhos Perdidos não se sujassem tanto. Afinal, as filhas e netas dos donos do Porto do Mar, localizado à beira do reino, não podiam sujar as barras de seus vestidos. Mas houve algum descaso qualquer, o rei tinha esse certo vício de roer ossos e comer vísceras. Era então um bom sinal, com todas aquelas moedas e todas aquelas cabeças era certo que à noite ia ter banquete, com direito a cabeças com maçãs na boca e vinho com gosto de sangue.

Pobres dos escravos, que perderam as mãos e línguas (no lugar das cabeças), e ainda eram obrigados a servir as iguarias.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

As coisas que o homem tem

Dias reflexivos esses últimos. A tensão sempre nos obriga a pensar mais na vida - se estamos seguindo o caminho certo, se somos felizes em um contexto universal, plenos, satisfeitos. Me vem à cabeça principalmente essa questão que fazemos de ser donos das coisas e/ou das pessoas com as quais nos relacionamos (e às vezes até com as quais não nos relacionamos).
É tão complicado ter valores diferentes de uma maioria que já nem me sinto no direito de questionar ou julgar quem escolhe ser igual. Mas e quando os meus valores, por serem diferentes, são questionados? Devo nunca me relacionar (o que é impossível) ou atuar todo o tempo? É EGOÍSMO! Eles gritam no desespero hipócrita de ignorar que o que sou é uma construção de várias situações que, somente eu, passei. Sou hoje resultado de tudo que já fui um dia!
A própria aceitação dessa idéia me livra de uma coisa tão ruim e enraizada - o preconceito. Você acaba se tornando vítima de uma pseudo-moral, se policiando e as pessoas mais sensíveis a isso (não existe nada mais íntimo do que o que eu sou), acabam escolhendo entre duas vias mais prováveis: Viram loucos badaleiros sem apegos concretos e profundos com ninguém ou se isolam de tudo e todos. No fim, sem relacionamentos de confiança, acabam todos infelizes, inclusive os que escolhem um terceiro caminho - o de vestir a roupa dos valores tradicionais.
Esse possuir, amarrar algo/alguém é muito diferente de criar elos e amar. Vem da "evolução" do homem e é cruel e ditador como os que consideram inquestionável essa evolução. Chaplin dizia que a vida é uma peça de teatro, ele só não lembrou de citar que a platéia apedreja a liberdade toda vez que ela aparece no palco. Fica então assim, acuada no camarim, quase um mito.
(Foto: www.aguasulfurosa.blogspot.com)

Imperatriz recebe pacientes com câncer de toda a Região

São 3200 casos de câncer registrados na Unidade de Tratamento de Câncer em Imperatriz (UTC), como aponta o levantamento feito em Setembro deste ano. A Unidade de média complexidade (que só não atua em procedimentos mais difíceis como a neurocirurgia) é a única da Região e atende pessoas do Pará, Tocantins e de todo o sul maranhense em uma maratona mensal de 500 consultas, 300 quimioterapias e 60 cirurgias, fora exames e pequenos procedimentos.

Segundo o gerente administrativo da UTC, José Walmir Oliveira, o fato de 1/3 dos portadores de câncer chegar ao hospital em estágio bastante avançado se deve à falta de informação pois, normalmente, são pessoas de baixa renda, vindas do interior. “Muitas vezes não fazem o preventivo e descobrem no exame de rotina. As mulheres buscam mais tratamento que os homens, o que explica a maioria dos pacientes serem senhoras”. Os tipos mais registrados são os de mama, próstata, pele e colo do útero.

Em funcionamento há quatro anos e atendendo pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital São Rafael, o setor de oncologia promove também a prevenção ao câncer através do projeto Um sábado sem câncer, que faz visitas aos bairros dando informações sobre a doença e promovendo consultas e exames. Em datas comemorativas os funcionários, em parceria com a Associação de Amparo aos Pacientes com Câncer da Região Tocantina (Ampare), costumam fazer blitz. Agora em Outubro, mês internacional contra o câncer de mama, houve uma passeata (dia 30), com saída da Praça de Fátima às 8h00 da manhã, trajeto pelas principais ruas comerciais da cidade e distribuição de camisetas.


(Foto: www.asdicas.com.br)

A prática da humanização


“O câncer é uma doença de morte eminente e por isso já traz um grande peso. O luto às vezes ocorre de forma antecipada e acaba afastando inconscientemente os familiares”. Essa afirmação é da estudante de enfermagem, Thalita Christine, que está em um projeto que aposta em atividades lúdicas (brincadeiras e jogos) para melhorar a qualidade ou até prolongar o tempo de vida dos pacientes internados no UTC. Fernanda Ketlen, outra estudante envolvida no projeto coordenado pelo professor Doutor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) - Marcelo Donizetti, diz que atualmente só é tratada a doença e a pessoa é deixada de lado. “O paciente deve ser visto como um todo – físico, emocional e espiritual. Atualmente isso não acontece. A desculpa é que o tempo é pouco e os pacientes muitos”.

Oliveira lembra que não é fácil esse relacionamento entre médicos, enfermeiros, técnicos e pacientes. “Tem que existir o limite do profissional, até onde se deve ir em respeito ao paciente? Não dá para ser muito frio mas também não se pode exagerar”.

Esse processo de humanização é fundamental diante de um quadro de 10 a 15% de pacientes em cuidados paliativos, ou seja, cuidados que apenas adiam a morte. A mãe da universitária Camila Castro, de 20 anos, faleceu recentemente de um câncer de mama do tipo metástase, que implica na formação de novos tumores a partir de outro. A estudante diz que no período de pouco mais de um ano entre a descoberta da doença e a morte da mãe, muita coisa mudou em sua casa e que isso foi fundamental para prolongar o tempo de vida. “Minha avó e ela pararam mais de brigar, mudaram os hábitos alimentares e eu passei a dar mais atenção pra ela. Do meio pro fim, os irmãos todos vieram visitar, ligavam mais e ela se sentia muito melhor. Já é difícil enfrentar essa doença maldita, as pessoas ficam frágeis, precisam sentir que vale à pena!”


Procedimentos de prevenção e tratamento


Perante a realidade, é necessária a urgente conscientização popular e a informação sobre os procedimentos até chegar no hospital. Antes de tudo, a prevenção é o primeiro passo para saber se está tudo certo Caso haja algo errado, o ideal é que seja descoberto o quanto antes. “O paciente normalmente vem encaminhado do posto de saúde ou de clínicas (públicas ou particulares”, afirma Oliveira. Para o hospital, a pessoa deve levar a biopsia, um comprovante de endereço, o CPF, a identidade e o cartão do Sus. A partir daí é feita a triagem e ele sabe qual o procedimento ao qual será submetido. Passa então por uma palestra de orientação com a psicóloga, a enfermeira e o gerente administrativo. Nessa palestra são mostrados vídeos falando sobre as instalações, os procedimentos da quimioterapia e suas conseqüências e tiradas as dúvidas.

O UTC só faz tratamento com quimioterapia mas já está em construção no bairro Ouro Verde uma clínica que trabalhará com radioterapia, para alguns casos mais complexos. A clínica também atenderá pelo Sus e ficará próxima à sede da Ampare, que oferece estadia aos pacientes de baixa renda, que não residem em Imperatriz.



Curiosidades

Algumas das dúvidas mais constantes dos portadores de câncer são em relação à queda de cabelo, vida sexual, contagio da doença e alimentação.

As respostas são relativas, depende muito do tipo de tratamento ao que o paciente será submetido. Daí a importância de conversar com o médico e sua equipe.

É importante saber, antes de tudo, que a doença não é contagiosa mas que no caso de tratamento através da radioterapia, por exemplo, deve-se evitar o contato com crianças, idosos, gestantes e pessoas mais sensíveis pois o corpo erradia o produto usado por uma média de 15 dias após a sessão.

A alimentação, a vida sexual e a queda de cabelo dependem muito dos produtos que estão sendo usados. Em alguns casos, nada disso é mudado na vida do paciente.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ruptura

A mão deslizava pela cintura quente, quase nua
e o corpo pequenino cabia no abraço como que feitos por encomenda.
Ambos sabiam o perigo, era mesmo dessas paixões perigosas
Fingir frieza era impossível naquele vulcão.
Eram senhores do destino um do outro.
As bocas envolvidas pareciam arte, um frenesi.
No desatar dos nós, a boca desceu,
a saliva quase evaporava com a temperatura.
Os gemidos foram cessados, alguém chegara.
Interrompidos.

Versos de Hollanda - Cia de Teatro da UFMA


Tenho pensado tanto em ti
que hora dessas
saio de porta em porta,
perguntando por mim.

Foto: Ana P. Bertand

sábado, 16 de outubro de 2010

Natimorta

Um amigo sugeriu que escrevesse minha biografia. Confesso que pensei nisso várias vezes - escrever um livro. Não necessariamente sobre a minha vida, que nem acho que tenha tanto assim a acrescentar a alguém.
Mas assumo uma vontade, um gostinho egocêntrico de fazê-lo. O problema em escrever sobre sua própria vida é que ninguém é sozinho de verdade. Ermitões são lendas.
Pensei em fazer isso em um blog anônimo. Criei tudo novo, um e-mail, senhas improváveis. Seria bom que não fosse descoberta, apesar da minha forte crença na Teoria da Conspiração. Mas percebi como em poucas linhas já havia me entregue muito. E se rastreassem meu IP? Um perigo!
Por onde melhor seria começar a falar de minha vida? Pensei nisso tantas vezes que nem sei. Cheguei a uma conclusão que mesmo que não seja a mais correta é a escolhida: minha morte.
Não se trata de memórias póstumas mas de uma morte imaginária. Acho que todo mundo já se imaginou morto um dia e já pensou em como seria fechar todo um ciclo. Peço perdão pelo engano. Primeiro, um ciclo não fecha (ao menos não deveria), depois, a maioria realmente acredita que a vida seja um ciclo.
Para mim não é bem assim. Por mais triste e deprimente acho só que morremos e pronto, acabou. Eu sei, terrível. Enfim, se este fosse um blogue científico teria que me empenhar muito mais em buscar conceitos, teorias e grandes nomes para explicar várias questões como morte, crenças, perdão e qualquer coisa que tenha sido ou que ainda será citada nessas linhas, a começar pela própria amizade a que me referi na primeira frase.
Bom, amizade. É a primeira coisa que vizualizo quando penso em minha morte. Fico por horas vendo a face dos que me cercam e se dizem meus amigos e imaginando sua reação. Chego a chorar minha morte, emocionada. Imagino uma grande morte, teatral, dramática, que repercuta (o que no final nem é tanta coisa assim). Meus ouvidos parecem ouvir os gemidos, os ais, os discursos "improvisados". "Óh, ela era tão boa, tão inteligente, tão jovem...". Aposto que haverá quem cogite a possibilidade de eu ... Não, acho que não.
Será o que se passa na hora da morte? Acho que a morte é como a vida, cada um tem a sua, única, insubstituível. A morte até segue um padrão como a vida - a maioria é parecida e as que são diferentes viram notícia. Esses critérios de noticiabilidade de hoje em dia...É quase como acreditar que seria interessante escrever algo sobre mim. Eis minha biografia: Natimorta.



quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Apo(ca)lí(p)tica

Acompanhem senhores: É política.
O pão vendido na padaria,
a moça que varre a calçada.
Esse sol que lhes queima a pele, é política!

E o que é então essa tal?
Essa que nos persegue em tudo, faminta, fingida.
Que política é essa, senhores, que fazeis ao virar as costas?
Ao ignorar os ais sussurrados nas calçadas?

Será fruto de nossa ignorância a nova política?
A politicagem religiosa. A política alienada.
Será fruto de nossa ignorância a velha política?
A politicagem oligárquica. O voto que vale o sonho.

Eis o fruto de nossa ignorância: A política DEFORMADA.
Não, não fechem os olhos, encarem a sua filha.
A criatura persegue seus criadores mesmo em seu sono.
Não se iludam, vocês não sonham com morte, não sonham
com dor, com tortura ou sangue. Sonham com política.

Ignorem, atem a política. Amarrem a cidadania.
Mas não fechem os olhos, ela vai lhes engolir.
Ela é beata, faminta, sedenta, maquiavélica.
Atriz, se veste com faces diversas, que passam despercebidas,
calando as vozes desesperadas por justiça.

Encarem sua cria, ela se tornou o avesso do que deveria.
A política apolítica.





Foto: Mosar Carvalho Costa

domingo, 10 de outubro de 2010

Pedaços

Estou perdida como há muito tempo não me sentia.
Eu, que mesmo triste sempre tive pulso,
sou refém dos sentimentos.
Nelson Rodrigues se enganou - O óbvio não é ululante...
Também me enganei - Não sou intocável.



Uma porcelana sem coração, uma miscelânea de hipocrisia.
Podre.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sufoco em ti

Foto:http://www.rodagigante.blogger.com.br/


É noite!
Mergulho em teu peito e me embriago do teu cheiro.
Tuas mãos em meus cabelos parecem ouvir a prece abafada por tua pele, de me eternizar assim - respirando o ar dos teus pulmões.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

...Se paro, já estou morta!

Semana cheia 2:





Se corro muito, morro logo...

Semana cheia:


Fora Roseana Sarney!

Ato público em defesa da democracia!

Dia 30 de setembro, às 16h00. Saída da Praça de Fátima.





Sob o domínio dos Sarney, o Maranhão é igual o da época do padre Antônio Vieira. É o Estado do M de mentir: mentir com palavras, com obras, com pensamentos.

Cinco décadas dos Sarney no poder e o Estado exibe 21,5% de analfabetos, 87% de casas sem acesso a rede de saneamento e 65% de pessoas dependentes de ajuda governamental para sobreviver. A primeira estação de tratamento de esgoto só foi inaugurada em 2001! Oito dos vinte municípios brasileiros com pior colocação no ranking nacional do Índice de Desenvolvimento Humano estão no Maranhão. O mais pobre deles, Centro do Guilherme, se fosse um país, estaria posicionado internacionalmente entre o Quênia e o Haiti.

A luta contra a oligarquia Sarney é a luta dos povos por seus direitos e territórios! Do estudante, do professor, da quebradeira de coco, do quilombola, do trabalhador rural que sofre com o trabalho escravo, do indígena, do pequeno produtor sem terra. É a luta dos trabalhadores do campo e da cidade!

Imperatriz, essa luta também é tua!

Fonte: Carlos Leen
Revisão e edição: Juliana Carvalho

Foto: Celso Brandão


domingo, 26 de setembro de 2010

Recortes



A carne vibra, estremece além das aparências
Pupilas dilatadas e o pesar da cabeça distraem, mas disfarço
A novidade é atraente, a mente cansada.

Olho, avalio, a memória é traída pelas direções escolhidas
E o que importam minhas escolhas em meio a isso tudo?
O que importo eu? O que importa, eu?


As paredes disputam atenção com as janelas
Tangíveis, suas histórias quase tomam vida, saltam do concreto
No fim, derreto, tudo teatro. Utopia.


Foto: Cláudio Marconcine
1ª Aula de Teatro de Rua (25-09)

O abraço certo


Sábio é quem disse que o difícil é sair da universidade!

Acordei cedo, ansiosa. Aguardava Paulo trazer a máquina da UFMA para tirar fotos de uma das pautas do jornal Arrocha.

Meu destino? "A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias".

Lá fui eu, a pé. Aliviada (Paulo veio...).

Foi uma caminhada só. O sol? Uma benção!

Cheguei 5 minutos atrasada e o pessoal já cogitava um esquecimento provocado pela bebedeira do dia anterior. Engano!

Fomos recebidos por um bispo muito simpático, ainda jovem e de traços conhecidos. Logo descobri que é irmão de um amigo, o Mário.

E foi ele quem apareceu. Mário como sempre simpático nos recebeu muito bem e nos conduziu pelos organizados corredores do templo.

Fotos tiradas. Satisfação profissional? Talvez.

Mas voltei feliz, completa. Apesar do sol de meio dia e do pesado material que trazia na bolsa. Culpa de Mário! Vim pensando em nossa amizade desde o início do curso. Sempre muito atento. Sempre presente. Lembrei momentos em que ele esteve ao meu lado, do seu jeito sempre calmo e seus abraços acolhedores. Ele não é daqueles que sai abraçando a todos e nem a toda hora, é um rapaz reservado, centrado. Abraça-me então nas horas certas, as que mais preciso. Mário é desses que tem o dom de com um abraço e palavras carinhosas nos salvar de um barco em meio à tempestade.

Digo sincera que não recordo nesses três anos um só dia em que Mário olhasse com cara ruim, em que gritasse, em que tratasse alguém mal. É, sair da universidade, definitivamente, é complicado, trabalhoso, às vezes, doloroso. Seja pelo tempo e energia que nos suga, seja pelos amigos que deixamos temerosos por caminhos que não mais se cruzem.

Pensei contente com a paz que só este meu amigo tão especial traz e, para não deixar de ser humana, com uma ponta de inveja desta calma, que o mundo seria tão melhor não se todos fossem como o Mário, mas se todos tivessem alguém como ele em sua vida – Um anjo!





-Aniversário da Giza -
Leide, Mardomi, Jozeza,
Marília, Giza, Thays, Rodrigo, Mário,
Nayane e eu!


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Seca


Humildade, qualidade que me falta. De herança.
Por esses dias me encontro ridícula em contextos mil.
Um atraso de vida! Sem exageros, rasa.
Desestimulada a fazer algo por notar o quão pouco foi feito.
Uma estudante medíocre, filha medíocre, namorada medíocre,
amiga, irmã, cidadã...Uma infinidade de mediocridades.
Hoje, encontro-me assim - escritora medíocre.
Tanto para falar e a voz, o lápis, o teclado, tudo cala.

"Existe sempre alguma coisa ausente que me atormenta."
Camille Claudel


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Imperatriz não é quintal dos Sarneys!


Haverá nesta sexta, 24, Ato Público organizado pelo movimento Fora Roseana Sarney. A concentração será às 16h00 na Praça de Fátima. O movimento, que teve início na internet, luta contra a oligarquia Sarney, há mais de quarenta anos no Maranhão - uma das principais causas do Estado estar entre os três mais pobres do país.
A proposta maior é incentivar os eleitores a votar em qualquer candidato que não a PMDBista. Campanha semelhante, batizada por NÊLA NÂO já foi realizada nas eleições passadas, resultando na eleição do ex-governador Jackson Lago.

Como o próprio panfleto diz: Ato público em defesa da democracia!

PS – Os acentos ^ foram colocados propositalmente lembrando o bigode do Presidente do Senado, José Sarney – Aquele que pensa que é O dono do Maranhão

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Conhecimento Virtual

"Virtual é tudo aquilo que pode vir a ser real." Pierre Lévy


As vozes soavam longe, os tons baixos eram fruto de meu sono pesado e insistente.
Logo reconheci Adriano, meu irmão de dez anos e Flávia, a empregada, conversando sobre internet.
F-Não sei como tu aguenta passar o dia nesse computador, não sei mexer nisso não.
A-Pois é facinho. Tu devia comprar um computador pra ti. Tem tudo na internet!
Nesse momento Adriano começou a explicar mil coisas em linguagem desconhecida pela mulher a quem se dirigia. Falava de jogos, e-mail, sites de relacionamento. Ela, por muito tempo, permaneceu calada. Talvez atenta, talvez ignorasse a empolgação da criança.
A fala que Flávia pronunciu em seguida tirou minha dúvida:
F-Adriano, tu sabe aquela personagem da novela das oito que tá doente? Pois é, ela tá doente de verdade óh...
Adriano ignorou o comentário desesperado de quem queria dialogar mas não cabia no assunto: Pois é, compra um computador e o serviço da internet pra tu ver como é bom!
F-Mas tem que pagar internet todo mês né?
A-É, e daí?
Ela disfarçou, pegou o material de limpeza e dirigiu-se a meu quarto onde eu já levantava. Ainda ouvi seu sussurro: - Só se for em 2013!

*Flávia é negra, pobre e não tem acesso a internet (mas não perde uma novela das 8h00).
*Adriano é branco, estuda nas melhores escolas e sempre teve internet em casa (mas nunca vi ele a usando para outra coisa senão jogos e filmes violentos).

*O que é mais importante para bater o bolo: A massa ou a batedeira?

Bendita inclusão digital!

domingo, 19 de setembro de 2010

No tom

Nesse domingo improdutivo, quase mórbido
meus pensamentos se traem em comparações desconexas
no absurdo imaginário que me permite ouvir Lobão
sonhando com Cartola a dedilhar o violão de madeira
("Ah essas cordas de aço, este minúsculo braço do violão os dedos meus acariciam...")

Lembro-te sempre assim, como a música
Que enquanto ilude a abraçar-me e beijar-me a face
Não permite nem ao menos que eu, fanática e apaixonada, a toque
São carícias fingidas que só conhece quem bem ouve e nada canta.
("Ah, este bojo perfeito que trago junto ao meu peito. Só você violão compreende porque perdi toda alegria...")

A melodia é então platônica. Por mais que perto, distante
Ainda assim, compreende-me, passeia-me, como o nosso amor
Com o tempo vi que há mais que letra, som ou qualquer outra coisa
Há na música alma. Ela transpira, vadia, nossos sentimentos
("E no entanto meu Pinho, pode crer, eu adivinho, aquela mulher até hoje está nos esperando...")

Me esforço por compreendê-la, é preciso boa voz e bons ouvidos
Um sem o outro é vazio, é qualquer som que não encanta, que não preenche]
Dedilha-me como a teu violão para que nosso amor não desafine nem envelheça]
Cante nossos beijos o melhor que puderes que o ouvirei atenta
Até que sejamos um só suor, uma só história, um só ritmo.
("Solte o teu tom da madeira, eu, você e a companheira. A madrugada iremos pra casa, cantando.")

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

CaÔ-MA

Previsão de temperatura máxima para Imperatriz neste sábado? 43º segundo o http://www.climatempo.com.br . Já cozinhei umas cinco vezes só de imaginar a tortura que será mais um dia com muito sol e pouca água. Sim, Infernatriz, como muitos nomeiam.
Segundo a CAEMA (Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão), em entrevista à Mirante, a falta de água em Imperatriz só durará até novembro.
Divertido como essas pessoas nos arrancam sorrisos. Novembro? Deixa eu adivinhar, a CAEMA finalmente vai prestar um serviço decente? Ah não. É quando o Rio Tocantins voltará a encher...
Fico abestalhada em ver como permitimos com que certas coisas aconteçam, com que determinadas empresas e pessoas ajam com tanto descaso em relação a questões importantes como a distribuição de água. Moro em Imperatriz há 21 anos e sempre foi assim nessa época do ano, a mesma falta de água. Depois é a vez do papelão da prefeitura que nos atolará com a lama resultada da muita chuva e do nenhum saneamento básico.
A CAEMA é só mais uma piada do nosso Estado, que no meio de tantas riquezas, me fere com sua insistência por uma baixa qualidade de vida. Realmente me enojam os Sarneys com sua oligarquia fudida, mas quase sempre meu asco é maior por essas sardas (e sarnas) que estampam a pele do Maranhão, esses pequenos seres calados, conformados, que nunca desaguam.

Em breve denunciarei mais uma falta gravíssima da "nossa" Companhia - A cobrança da taxa de esgoto como obrigatória.


*Como coloquei a um colega - Abençoado é o "Arrocha" (Jornal do Curso de Com. da UFMA/Imperatriz), que traz em sua primeira edição o tema "Águas". Se nossas fotos e matérias não matam a sede d'água, que transbordem conhecimento e indignação.

Jornalismo anti-ético 2. "É ruim pra quê?"

Acredito que a reivindicação maior deve ser por um jornalismo compromissado. Essa sim deve ser nossa luta, e ela é árdua. Não sejamos sonhadores, a Rede Globo não foi fundada ontem e menos ainda está sendo guiada por pessoas burras ou pouco espertas.
Me indigna que esse caso, e somente este, tenha mobilizado a sociedade imperatrizense e ferido seu ego. Que fique claro que sou de Imperatriz, nascida aqui, e que tenho muito carinho pelo meu berço.

Se nós, como jornalistas, vamos construir o pensamento das pessoas ou ajudar em seu
direcionamento, que seja de forma decente, compromissada. Jornalística.

De nada adianta sermos contra essa reportagem se concordamos ou calamos diante de uma mídia (não só da Rede Globo):


*Antidemocrática;
*Que desrespeita a diversidade;
*Que ignora a formação acadêmica e a regulamentação da profissão;
*Que impõe e condena, transformando grande parcela da sociedade em
fantoches.



Respeitemos nossa profissão!


Esse texto foi escrito por mim no Fórum do Laboratório de Telejornalismo da UFMA/Imperatriz.
Quem quiser acompanhar o debate dos estudantes e contribuir com sua opinião, procure nos grupos do google - http://groups.google.com.br/group/telejornalismo-ufma?hl=pt-BR

Jornalismo anti-ético. "É ruim pra quê?"

Jornalistas, antes de tudo, têm de ter exatamente a postura que, claramente, a equipe responsável pela matéria “É bom pra quê?”, transmitida no último domingo,12, no Fantástico, não teve – a de averiguar e avaliar várias vozes. Refletindo sobre as questões levantadas nos últimos dias, me sinto à vontade para tomar um posicionamento como futura jornalista:

"Imperatriz é a segunda maior cidade do Maranhão. Cerca de 236 mil pessoas vivem nela, e mais da metade é pobre. E 26% são analfabetas. A cidade tem um único hospital público grande e 34 postos de saúde..."


1- O IBGE (de onde saíram os dados estes dados acima) é a fonte a que se deve recorrer normalmente, mas acredito ser de fundamental importância que a Rede Globo tivesse esclarecido a data deles, que está ultrapassada. E, sendo bem sincera, muito me surpreende esse alarde pois bem sabemos do nosso alto índice de analfabetismo, bem como do descaso com a nossa saúde, principalmente por Imperatriz atender a pacientes de toda a região. Acredito ser hipocrisia se contentar com tão pouco.
Quanto ao analfabetismo, sei sim que somos pólo “universitário” ou, no caso, de ensino superior. Mas quantos de nós temos real condição de ingressar nessa etapa? Estou sendo objetiva, estão aí nas entrelinhas várias outras questões como qualidade de ensino, valorização do professor etc.


2- A proposta de todo esse quadro é denegrir a fitoterapia, isto é claro. Sabemos bem de todo o contexto histórico da Rede Globo, sempre com seus acordos com as indústrias terceirizadas. Não seria diferente neste caso. Deixo claro que é importante sim e que jamais defendo a postura do professor Antônio Frasão em receitar um remédio sem responder como médico. É simples, ficaram sabendo do professor por ele já estar sendo reconhecido internacionalmente, com premiações e tudo. Um reconhecimento ameaçador a certos segmentos. Convenhamos que, em se tratando de eventos científicos, normalmente conhecidos pela sua seriedade e compromisso com a qualidade de vida, não iam sair por aí distribuindo prêmio pra uma criatura de Imperatriz. Não, não estou me desfazendo da cidade...


3-Sim, temos nada menos que a obrigação de mostrar situações como essa. Primeiro por nosso compromisso com a sociedade. Há ainda outros pontos positivos, é necessário denunciar nossas mazelas como um meio de pressionar o governo a tomar um posicionamento e, de preferência, atitudes. Dizer que está tudo maravilhoso seria ridículo e tiraria uma das principais características do jornalismo – a do denuncismo.

(...)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Lidas 134 páginas. Um livro interessante e atual apesar de sua tendência (eufemismo) para a Rede Globo (Inevitável, afinal Vera é de lá). Essa disciplina Laboratório de Telejornalismo caiu muito bem para o momento que vive Imperatriz.
Neste último domingo, 12, o Fantástico (mundo de Bob) transmitiu uma reportagem no quadro "É bom pra quê?" falando sobre uma pomada à base de graviola desenvolvida pelo químico e professor Antônio Augusto Brandão Frazão (de Imperatriz) com várias acusações.
Frazão, conhecido internacionalmente pela sua pesquisa, que aponta a graviola como aceleradora na cicatrização e inibidora das células cancerígenas, recebeu a atenção do programa de entretenimento por testar de forma "indevida" o produto e receitar o produto sem ser médico...
Muitos conterrâneos, indignados (não sei se pela moral destruída do químico ou se pelo ego ferido nos dados mostrados pela reportagem...), realizaram nesta quarta, 15, ato público. A manifestação seguiu da Praça de Fátima à TV Mirante, retransmissora local da Globo.
Eu? Estava lá puxando gritos de guerra. Sinto que nesse fim de Curso devo deixar alguns pelo Movimento Estudantil. (Realmente vejo isso como uma atitude muito mais egoísta que coletiva.)

*Em breve deixo minha opinião sobre a postura do Fantástico e do Doutor Drauzio Varella, o médico que acusou o químico de não ser médico fazendo uma reportagem (muito antiética, jornalísticamente falando) sem ser jornalista.

Quinta

As quintas têm sido cansativas. Nem por isso tenho cumprido minhas tarefas, nem com toda essa correria. Muito posso atribuir às noites mal dormidas como a de ontem em que, nem a dor no corpo e cabeça, os olhos pesados e a gripe me deixaram descansar.
Às 4h00 horas acordo assombrada. Três horas! Tudo o que dormi...e mal. Um zoológico de moscas zuadentas, cachorros do vizinho e gatos no telhado se unem ao calor quase insuportável, aos mistérios noturnos que sempre me tiraram o sono e a essa lua clara que, mesmo não sendo vista da varanda, deixa o céu claro como no Dia Branco de Alceu.




Vou ler "O texto na TV", da Vera íris Paternostro...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Invadida

Tenho andando um tanto atribulada nos últimos dias, diria até desesperada.
Acontece de vez em quando de você ter que resolver o mundo e acaba não resolvendo nada. É o estágio que te entedia quando pode estar fazendo mil coisas mas está enchendo lingüiça em frente ao computador. São as disciplinas te cobrando a filmagem de um curta, a assessoria de comunicação da entidade filantrópica, a mega-matéria para o site do curso. É o outro estágio tão solto e sem assistência que não te dá a mínima estrutura. São os relacionamentos desgastados...
Encontrei-me esses dias solta, distante, enlouquecida. Senti saudade de amizades com quem fico horas a fio conversando sobre a vida, sobre como temos passado e sobre como ainda passamos juntos. Criei certo asco das pessoas me cumprimentando sempre com outro interesse, sem perguntar ao menos como vou, sem ao menos dizer bom dia – Como está o trabalho, fez a sua parte? Não, não fiz!
Enfadonho e irônico pessoas que nunca têm atitude de nada reclamando do trabalho “mal feito” de quem se desdobra pra fazer o que era tarefa do reclamão preguiçoso e acomodado. Não me vejo santa, nem calma. É do meu próprio espírito essa inquietude que não me deixa parar. Sei bem dizer não, mas evito, apesar dos tantos nãos que recebo diariamente. E de certa forma me orgulho. Mesmo abrindo espaço para estes tantos que não sabem pedir licença, que não pensam que há outras coisas a serem feitas, outros problemas a serem resolvidos.
Dou-me sim, finjo que tenho tempo, que posso e resolvo. Não mando mensagens dizendo o que tem que ser feito, faço. Tenho meu mau humor, minha arrogância, minha ironia, meu sarcasmo. Tenho meus mil defeitos e não me orgulho de nenhum, nem do orgulho por si. Mas como queria que se lembrassem que sou humana tanto quanto e que, se me vêem tão transparente e disposta, é porque a porta é de vidro mas nem por isso deve-se deixar de bater.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

*

Ao longo da vida já foram muitas as perdas,
alguma irremediáveis, dolorosas, inesquecíveis.
Outras superáveis ou suportáveis, talvez.

Mas sei que só se perde o que se tem
e se tive, que feliz fui
Guardo ainda na lembrança o elo
menos tangível, nem por isso menos verdadeiro

Os amigos que se desprenderam,todos foram sem adeus
Soltando-se devagarinho, sem despedida ou tristeza
Quando vi já não estavam mais, já não eram...

Ficaram só os improváveis, os de última hora
Raros persistiram e para os raros digo adeus todo dia
Para que não cometamos o mesmo pecado de ir sem abraçar,
para estes digo adeus na esperança de que fiquem


*Pena que não pude me despedir do abraço amigo de quem me ensinou a simplicidade de deixar livre, de aceitar que a partida é inevitável e bela.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Além


A estrada é meu lar. Ao tempo em que sou passageira, estou em casa! Viajo-me antes de tudo!


(Arte de José Maria Machado http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://fineartamerica.com/images-medium/casa-da-estrada-real-jose-maria-machado.jpg&imgrefurl=http://fineartamerica.com/featured/casa-da-estrada-real-jose-maria-machado.html&usg=__kwa0XZgxh9HFQ-pK8x7a3VF1nAQ=&h=345&w=423&sz=27&hl=pt-BR&start=13&um=1&itbs=1&tbnid=yuJgV3E1htNcUM:&tbnh=103&tbnw=126&prev=/images%3Fq%3Dcasa%2Bna%2Bestrada%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26tbs%3Disch:1)

quinta-feira, 29 de abril de 2010

A um porto

Não criança, não leio tuas mãos.
Não serei eu a definir teu destino como um Deus;
Mas te digo, quase consciente, que o destino é teu
E que são tuas as escolhas de todo esse caminho

Não meu anjo, esse não é trabalho meu
Mas está nelas sim tudo o que te espera e tudo que tu espera
Aprenderás que cada nova cicatriz é irmã do tempo,
Uma velha lembrança, um dia a menos.

Desconheço toda tua sina, teus empecilhos, tuas vitórias
Pois sei bem, ou no mínimo desconfio, de minha ausência
E covarde fico ao pensar que onde for não estarei
Nem em ti, nem em mim, nem em ninguém.

Quando o pai tempo me levar pra ti em pensamentos
Fecha os olhos e me vê sorrindo
Como quem estranha e ama
Uma criança que encantou a uma velha cigana.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Vão

Tenho em minha garganta o gosto amargo de morte, do sangue que corre em minhas entranhas... Já não há a força de outrora, já nem quero lutar.

Minhas narinas estão entupidas e minha pele impregnada com o cheiro azedo e impuro do suor de todas as loucuras cometidas.

Só teu amor me salva e eu nem o quero mais,já nem amo mais nosso amor... Nem ele escapa do medo que se tem no fim.

Perdoa as lágrimas. É mal do homem criar essas defesas para enganar os outros ou a si mesmo. Te quero ainda em meus sonhos, o único lugar onde minhas mãos dormentes e cansadas te alcançam, onde ainda são intensas as batidas do coração.

"Nem falo no teu nome quando estou jogando..."

terça-feira, 20 de abril de 2010

Odes apego!



Tua falta estampa-se em mim com um misto de vergonha e dor;
Tantos outros lamentos que não os meus e de tantos me mata
não ter um teu, sequer um, que seja por mim...



(Ironia ou egoísmo?)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Partido oferece curso de formação política no município

O Coletivo Ação Comunista (CAC), órgão interno do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), realizará nos dias 24 (de 08h00 às 18h00) e 25 de abril (de 08h00 às 12h00), seu primeiro curso de formação política em Imperatriz com o tema “Como funciona a sociedade?”. O evento será ministrado pelo professor Acrísio Mota, atualmente membro do Grupo de Estudos Marxistas do Maranhão (Gemmarx).

O Curso será na avenida Bernardo Sayão, nº 1443, bairro Nova Imperatriz, sala 01 e a idéia principal segundo Wilson Leite, presidente do Partido na cidade, é oferecer oportunidades de formação às lideranças sindicais, ajudando na direção de suas entidades.Será trabalhados quatro eixos: A sociedade em que vivemos; Riqueza e pobreza; A exploração capitalista: salário, mais-valia e acumulação; Estado e ideologia.

A previsão é de uma turma de 25 pessoas, sendo 10 filiadas ao partido e as demais estudantes ou sindicalistas. A inscrição segue até o dia 15 no valor de R$10,00 para os estudantes e R$ 20,00 para os demais, e nela estão inclusos lanche e almoço em ambos os dias. Os sindicatos são prioridade, mas quem se interessar pode encaminhar um e-mail para tae_wilson_lee@hotmail.com.

Desalmada

Lembro bem de detalhes teus
que ninguém deve lembrar
Teu nariz chato, tua boca fina e delicada,
teus cabelos lisos e volumosos, tua cor morena...
e teu cheiro, que ainda me faz tão bem, aconchego!

Mas por mais que busque em minha memória
não vejo teus olhos, eles me fogem...
Visitas cega as minhas lembranças
Logo eles, a "janela da alma"!
Por onde andava tua alma na hora do adeus?

domingo, 18 de abril de 2010

Querer

Reconheço-te em meus sonhos mais secretos
e neles te sinto real, forte e sincero.
Os mesmos passos se repetem, delírio por delírio,
a cada dia.
Minhas mãos estremessem com teus toques e meus olhos
brilham, enfeitiçados.

Como posso fugir se tua cor é a minha,
se o teu cheiro é o meu,se tua paz me paralisa
e contigo sinto a calma que ninguém me trouxe?

Me segura com teu abraço e diz que está por perto
e que me espera tanto ou mais.
Não me deixa acordar que a realidade me sufoca
e enlouquece os meus sentidos!

domingo, 11 de abril de 2010

"Estou aqui, em Arari..."

Parece que rodo e volto sempre pro mesmo lugar, a conclusão é sempre a mesma - É preciso fazer algo!
E por mais que se faça algo a voz insiste, persiste. Tudo me deixa, menos o ócio, essa impressão de não fazer nada com um mundo pra resolver.
Talvez seja a sensação de um roteiro que já devia estar pronto mas está por vim, de uma visita combinada que foi trocada pela cama quentinha e uma tarde de preguiça, dos fatos que gritam na rua: - Estou aqui e sou notícia!
E passo direto...nem sei pra onde e nem sei qual o fim da estrada..Sigo mas penso que estou parada.
Sabendo que tenho mil coisas, que o mundo me espera mas que ele, definitivamente, não dá carona pra quem não abre a porta e se joga com o carro andando, continuo eu pensando e indo...para algum lugar, pra lugar nenhum!

De volta! (De algum lugar...hah!)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Sou como semente, cresço e me moldo ao terreno em que sou plantada.
Mas isso não me impede de ter essência, de ter ideais.
Fui semente no ventre de minha mãe e hoje sou do vento e das terras onde piso.
Se já me firmei semente, "me desfirmo"!
Meu maior compromisso? Comigo!
E tenho comigo o compromisso de fazer pelos outros quando sinto que devo, quando sinto que posso!
Nasci assim, semente, e desejo ser plantada nos corações, enraízar, frutificar.
Às vezes, meus frutos apodrecem em falhas, em pequenos delitos, mas sou semente, modifico.

domingo, 3 de janeiro de 2010

“É preciso passar o país a limpo”?

Fomos “surpreendidos” no último dia 31 pelo preconceito público apresentado pelo jornalista Boris Casoy em relação aos garis ou, como ele coloca em sua fala, “lixeiros”.
Situações como essas remetem às falhas em vários setores fundamentais no país. Primeiro pergunta-se como uma pessoa que não respeita ao próximo (próximo esse inclusive que mantém o seu emprego com a audiência) pode ser um jornalista? Digo isso várias vezes ofendida, como futura jornalista, como telespectadora, como cidadã e como humana que acredita que a dignidade faz o homem.
Casoy foi vítima (ou ator) de uma tentativa ousada de marketing, isso é claro e patético mas prova o quanto é real essa guerra travada entre a informação séria e o sensacionalismo. Mais claros ainda só os fatores que levam comentários como esses à nossa televisão – uma educação falha e uma cultura plastificada que só aparece no fim do ano, que é a única época em 365 dias em que é possível um gari aparecer de maneira positiva na mídia (certo, também temos os comerciais da Marquise em Imperatriz).
Que possamos começar em 2010 como já deveríamos ter começado há muito – refletindo quais são os nossos valores e qual a sua validade dentro dessa sociedade muda e congelada. Que daqui pr’a frente e não só hoje nós possamos sim, dentro da mídia boicotada e mentirosa, dos bancos das praças abandonadas com grama até as canelas, dos auditórios cheios de cadeira quebradas e vazios de pessoas, dos parques cheios de lixo por falta de garis, das filas eternas dos bancos públicos, do trânsito maldito e desrespeitoso falar o que realmente for produtivo e fazer a diferença,RESPEITANDO e gritando “do alto de nossas vassouras” que exigimos EDUCAÇÃO, CULTURA, OPÇÕES DE VIDA, por um país mais limpo!

*PS-A frase usada como título é frequentemente usada em seus textos no Jornal da Band.